NO PÓS-OPERATÓRIO Decisão de Romero joga pra Cássio, Veneziano e Cartaxo responsabilidade para definirem candidatura da oposição
A decisão do ex-prefeito Romero Rodrigues de retirar sua pré-candidatura ao governo do Estado deixa uma bomba chiando no colo da oposição. No pós-operatório, o problema vai, sem demérito de demais lideranças, para três atores: O ex-senador Cássio Cunha Lima, o ex-prefeito Luciano Cartaxo e o senador Veneziano Vital do Rego.
No caso de Veneziano, talvez a decisão de Romero seja o que faltava para acelerar o seu desejo de disputar o governo. O senador, aparentemente, não queria colocar a carapuça de ter sido o responsável pelo rompimento com o governador João Azevedo, apesar de ter semeado o caminho para o cisma.
Veneziano começou, há alguns meses, quando fez alarde de encontro com Cássio, num momento em que Romero tentava ainda consolidar sua candidatura. Na sequência, vieram os encontros com Lula e novas especulações, não desmentidas, de que poderia ser o candidato do petista ao governo. João e Romero acenderam a luz amarela.
No caso de Luciano Cartaxo, por mais de uma vez o ex-prefeito se insinuou para entrar na disputa e recuou. Aparentemente, vive um dilema entre ser candidato de Lula ao governo (vaga até agora reservada a Veneziano) e disputar uma eventual deputação federal, uma solução de segurança.
Cartaxo é um personagem diferente. Apesar de ter feito um mandato muito bem aprovado pela população, ele não tem um deputado, sequer um vereador como aliado. Esquisito isso. Não tem quem defenda suas pretensões, e tem que se expor pessoalmente. Dificilmente disputará o governo.
No caso de Cássio, talvez ele venha a ser o mais cobrado, a partir de agora. Com grande recall junto ao eleitorado, Cássio será praticamente intimado a entrar no jogo. Diante da decisão de Romero, resta suas alternativas, a preço de hoje: ou mergulha e lá adiante segue com Romero, ou topa o desafio de disputar o governo do Estado.
Cássio pode, sim, ser o candidato da oposição. Ou um deles. Poderia atrair, por exemplo, o ministro Marcelo Queiroga, como eventual candidato ao Senado. Poderá atrair um vice de peso. Num desenho assim terá uma chapa bem competitiva. Vai depender de seu atual fastio em disputar eleições e o histórico ruim de 2014 e 2018.
Ou, os três, Cássio, Cartaxo e Veneziano podem cismar de formar uma chapa só. Teriam “apenas” que administrar como ficaria a relação com candidatura de Lula e, por óbvio, também a convivência com um sujeito oculto, o ex-governador Ricardo Coutinho, desejoso de coordenar a campanha do petista no Estado e figurar nesse palanque.