Nonato e Bira questionam obras de ficção e expõem fragilidades do Governo
Uma nova polêmica na praça bota o Governo Ricardo Coutinho na berlinda e expõe suas fragilidades. Especialmente no capítulo das obras. Com o detalhe que a pendenga trouxe à cena o vice-prefeito Nonato Bandeira, que andou submergido nos últimos tempos. O epicentro da discussão é o rosário de promessas que o governador RC não conseguiu realizar.
E são muitas, no dizer de Nonato, e, claro, está visível aos olhos de todos. Tem razão o vice-prefeito quando indaga por obras como a reforma do Almeidão, do Ronaldão, do Espaço Cultural, do antigo Dede, do Teatro Santa Roza, mais os viadutos do Geisel e de Mangabeira, afora a duplicação de Cruz das Armas. Tudo permanece apenas no universo da ficção.
Como, aliás, tem confrontado também o vereador Bira, cobrando por obras anunciadas e nunca concluídas. O detalhe é que os dois, Nonato e Bira, eram até um dia desses aliados do primeiro time do governador RC. Em comum o fato de terem operado para a ascensão de Ricardo ao poder e, hoje, se encontrarem na oposição e na alça de mira do governador.
É fato que o Governo RC tem se posto na praça como um dos mais inoperantes, comparado com gestões anteriores. Algumas das poucas ações que vem tocando são, rigorosamente, obras de antecessores. Ao assumir, RC recebeu de mão beijada mais de R$ 2 bilhões em recursos para administrar obras licitadas pelos antecessores em todo o Estado, especialmente rodovias, e não tem conseguido sequer concluir.
É fato também que o senhor governador não consegue dialogar com setores importantes da sociedade, como o funcionalismo. Desde que assumiu, várias perseguições se implementaram contra os servidores, casos dos médicos, pessoal do antigo Ipep, Fisco, engenheiros, professores, policiais. Todos têm um motivo de queixa contra quem prometia um choque de gestão no Estado.
E RC não consegue manter aliados. Desde que se estabeleceu na praça só tem colecionado rompimentos. Quando ainda prefeito, por exemplo, expulsou do PSB meia dúzia de deputados. E, desde que assumiu o Governo do Estado, defenestrou aliados como Luciano Agra, Roseana Meira, Alexandre Urquiza, Bira, Nonato Bandeira. A lista é longa de atuais desafetos, antes aliados.
É notória sua tendência à beligerância. Nosso ínclito, preclaro e insigne governador não consegue resolver nada que não seja pela via do embate. E até daria certo, caso seu Governo estivesse bem aprovado. Mas, o problema é que não está. Sua rejeição é elevadíssima, ainda mais catapultada por escândalos com a compra de carteiras de forma fraudenta e o Jampa Digital.
Bira e Nonato sabem o que fazem quando vão para o ataque ao Governo Ricardo. Eles compreendem que, num cenário de extremo desgaste do governador, sai ganhando quem se colocar na oposição, ainda mais eles que foram aliados e têm, portanto, credenciais para criticá-lo, pois conhecem seus procedimentos e, claro, suas fragilidades. E, finalmente, ocupam o espaço que as demais lideranças de oposição, como Cícero Lucena, Manuel Júnior e outros não conseguem, a preço de hoje, ocupar.