Nova geografia política: a ascensão de Romero e Cartaxo e o início de fim de mandato para RC

A reeleição de Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues, que administram os dois maiores municípios do Estado, garantiu a continuidade de seus projetos dos colégios de maior densidade eleitoral. Então não muda a correlação de forças? Muda. Os dois saíram das urnas muito mais fortalecidos. Porque tiveram a chancela da população com a reeleição. Tem peso.

E, se analisarmos esse potencial em contraponto, por exemplo, ao governador Ricardo Coutinho, então teremos um cenário ainda mais favorável. Enquanto a reeleição assegurou mandato novo de mais quatro anos para os dois prefeitos, o governador inicia a rota de descida. Está em queda. É natural, e terá dois anos progressivamente mais infernais pela frente.

Enfraquecido, o governador passa a correr o risco de isolamento político, capaz de ameaçar até suas pretensões de disputar o Senado em 2018. Então, o que deverá fazer? Terá de buscar aproximação com as lideranças emergentes, como Cartaxo e Romero diretamente, ou indiretamente buscando o respaldo das forças que conferem lastro à nova geografia política do Estado.

Como sabe ser bem mais difícil compor com o prefeito Romero ou o senador Cássio Cunha Lima, então certamente tentará uma re-reaproximação com o prefeito Luciano Cartaxo. E também com o senador Zé Maranhão. Algo que, a preço de hoje, não está muito fácil. Cartaxo tem como vice um de seus principais desafetos políticos. E Maranhão não se mostra nem pouco sensibilizado com seus belos olhos.

Ricardo Coutinho sabe que apenas atrair Veneziano (de mais peso) ou Raimundo Lira (quase nada) para seu território, até causará estragos na seara peemedebista, mas será insuficiente. Já ocorreu antes com os deputados Trócolli Júnior e Gervásio Filho. Sem a grife do PMDB e o apoio do senador Maranhão, a adesão terá consequência meramente midiática.

Seu único trunfo, pelo que se comenta nos bastidores girassóis, é estar com os cofres abarrotados. Isso tem peso, é claro. Resta saber se conseguirá mobilizar essa engrenagem para evitar o isolamento que se desenha nesse início de 2017.