NOVELA DOS TORNOZELADOS Gilmar não julga pedido de Coriolano para tirar tornozeleira, nem recurso contra retirada do rastreador de Ricardo Coutinho
É de causar espécie uma alergia que o Supremo Tribunal Federal, ou especialmente o ministro Gilmar Mendes tem, quando o assunto é o uso de tornozeleiras por integrantes da organização criminosa desbaratada no âmbito da Operação Calvário. Gilmar, como se sabe, é relator dos feitos da Calvário junto ao STF.
Em 4 de agosto de 2020, Gilmar atendeu pedido da defesa de Ricardo Coutinho e mandou, em decisão liminar, retirar sua tornozeleira. A alegação era de que o ex-governador poderia contrair Covid, uma vez que, segundo seus advogados, precisou sair várias vezes de casa para consertar o rastreador que vinha apresentando problemas técnicos.
O Ministério Público recorreu da decisão mas, sete meses depois, e o ministro ainda não deu tramitação ao julgamento do processo, para confirmar se o ex-governador segue sem tornozeleira, ou volta a usar o rastreador como os demais integrantes da Orcrim.
Alguns meses depois, advogados de Coriolano impetraram, junto ao STF, ação similar (à de Ricardo) para ele fosse beneficiado com a extensão da decisão de Gilmar. Porém, apesar do processo estar concluso para despacho, desde 23 de fevereiro, Gilmar segue sem se manifestar sobre o pedido.
Outros integrantes da organização criminosa seguem usando tornozeleiras, enquanto aguardam por um desenrolar do julgamento. Pelo que se tem visto, pelo menos neste particular caso envolvendo o pessoal da Calvário, a Justiça tem agido com vários pesos e várias medidas.
E assim caminha a humanidade…