O dia em que a Lava Jato levou o ex-presidente Lula (e familiares) para depor
Agora se vê que a delação do senador Delcídio Amaral (MS) foi apenas uma pequena marola. O tsunami estava reservado para hoje, esta sexta-feira, que nem é treze. O País amanheceu, neste 4 de março, perplexo com os desdobramentos da Operação Aletheia, e a condução coercitiva pela Polícia Federal do ex-presidente Lula, Dona Marisa e demais familiares para depor.
E ainda mais, a partir da nota do Ministério Público Federal indicando: “Há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras (cerca de R$ 4,5 milhões) por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora.”
E diz ainda, além de outros que “também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras”. Cita ainda um nebuloso empréstimo feito pelo empresário José Carlos Bumlai: “Mais recentemente, ainda, surgiram, na investigação, referências ao nome do ex-presidente Lula como pessoa cuja atuação foi relevante para o sucesso da atividade criminosa…”
“…tanto no tocante à quitação do empréstimo obtido pelo Partido dos Trabalhadores junto ao Banco Schahin, por meio do direcionamento ilícito de contrato da Petrobras ao grupo Schahin, a pedido de José Carlos Bumlai, como para que um negócio entre OSX e Sete Brasil se efetivasse.” Pior: “No último caso, há notícia de pagamento de propina que seria destinada, segundo Bumlai teria informado, para parente do ex-presidente.”
Definitivamente este 4 de março é um dia tenebroso para a história recente do País.