Uma das informações mais alvissareiras que emergiram em meio ao escândalo da Operação Lava Jato foi de que Ministério Público Federal conseguiu repatriar R$ 182 milhões depositados em bancos da Suíça por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás. Bem menos do que ele admitiu ter administrado como propina, US$ 97 milhões, cerca de R$ 300 milhões, dependendo da cotação do dólar.
A informação inspirou a indagação de um leitor do Blog que parece singela, mas que vale uma reflexão. A pergunta foi: “O dinheiro devolvido pelo gestor corrupto será repassado aos cidadãos brasileiros, que foi roubado nesse escândalo?” E complementou: “Sim, porque esse dinheiro foi roubado do cidadão e não da Justiça, e deve, portanto, voltar para o cidadão.”
O dinheiro, como informado pelo Ministério Público Federal, foi depositado em conta da 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, onde tramitam os processos referentes à Lava Jato. Não quer dizer que a história será a mesma, mas é bom lembrar que, recentemente, dinheiro e pertences do ex-bilionário Eike Batista, em poder da Justiça, terminaram tendo uma destinação ilegal.
Ora, se o dinheiro desviado era do cidadão deveria, por uma questão de justiça, retornar ao cidadão, se não, talvez, em espécie, mas em obras que resultem na melhoria de vida das pessoas. E que o cidadão tenha a possibilidade concreta de fiscalizar a aplicação dos recursos. Com R$ 182 milhões, por exemplo, seria possível construir quatro mil casas populares. A custo zero para o cidadão. Só pra citar.