O inferno astral de Efraim
Efraim Morais foi até 2010 um dos caciques mais influentes da política paraibana. Chegou com méritos à poderosa 1ª Secretaria do Senado e comandou a CPI dos Bingos, que trouxe imenso dissabor ao Governo do PT. Seus problemas começaram com a denúncia da contratação ilegal de funcionárias no Senado Federal…
Mas, se intensificaram após a celebração da aliança com o PSB de Ricardo Coutinho. De cara, foi boicotado por parte da militância girassol (Sandra Marrocos é um exemplo), que agradeceu seu apoio a Ricardo Coutinho, mas não cravou seu nome nas urnas. Não foi reeleito, mas elegeu com folga seu filho para a Câmara Federal.
Porém, aos olhos da gestão girassol, Efraim não tinha mais o mesmo poder de fogo, tanto que acabou na Secretaria de Infraestrutura, monitorado pelo PT de seu desafeto Luiz Couto. Humilhação suprema para quem preside um dos maiores partidos do Estado, e foi dos primeiros a aderir ao projeto de eleição de Ricardo em 2010.
Agora, mais problemas com a recente decisão da Justiça Federal de Brasília, que determinou o bloqueio de R$ 750 mil de seus bens, atendendo pedido da Procuradoria da República do Distrito Federal, numa ação de improbidade administrativa. Efraim foi acusado de praticar irregularidades no programa Interlégis, na contratação de servidores.
Conforme a denúncia, o então senador Efraim deslocou funcionários que deveriam atuar exclusivamente no programa para a 1ª Secretaria do Senado. Segundo o jornal O Estadão, “O próprio ex-senador admitiu, em declaração dada ao MP Federal, que um dos contratados pelo programa atuava na Paraíba, utilizando-se do seu gabinete de apoio parlamentar.”
Diz o jornal: “A direção do Senado, entretanto, afirmou que na ocasião esses funcionários do Interlegis só poderiam ser lotados em Brasília. Para o Ministério Público, o ex-senador agiu de forma ilegal ao permitir a transferência dos trabalhadores por meio de requisições de sua autoria.”
E mais: “Em despacho do último dia 16, a juíza federal substituta Maria Lina Silva do Carmo, da 20ª Vara Federal, decidiu tornar réu o ex-senador, decretar a indisponibilidade dos bens de Efraim e ainda impedir que ele faça transferência de recursos para terceiros.”
Isto tudo acontece quando mais um processo eleitoral se inicia, o que pode fragilizar ainda mais as posições do ex-senador para se posicionar dentro da aliança com o PSB do governador recandidato.