O livro de Chico, por Carlos Aranha
Posso afirmar sem o mínimo dos mínimos temores de equívoco: Paraíba – Memória cultural, livro de Chico Pereira editado pela Grafset, é uma das mais importantes obras realizadas no Nordeste desde os anos 70 deste ainda tão próximo século passado.
Sou um homem razoavelmente bem informado e desconheço qualquer coisa semelhante produzida nos Estados nordestinos. Em 304 páginas, Chico Pereira conta tudo do que a Paraíba fez na área cultural desde os primórdios, quando a nossa construção urbana começou, em 4 de novembro de 1585.
Com muitas ilustrações e fotografias, Paraíba – Memória cultural expande-se, dos pioneiros aos contemporâneos, a todas as vertentes, como o berço do cordel, as artes plásticas e gráficas, o artesanato, a fotografia, o cinema, a força do teatro (incluindo o de rua), o humor, o circo, o mundo da dança, os ciclos carnavalesco e junino, os folguedos populares – a exemplo da Nau Catarineta e das cirandas, o movimento hip hop, a música, o patrimônio histórico, etc. Nada falta.
Como pesquisador e memorialista é tanto quanto Dyógenes Chaves o classificou: o mais exato artista contemporâneo. Foi Dyógenes que observou com acuidade que Chico Pereira claramente convoca todos que enveredem nos meandros da própria história da arte em busca de algumas das perguntas e respostas que dão sentido à construção de nossa identidade cultural.
O diretor-presidente da Grafset, José Neiva Freire, destaca uma das coisas que o fizeram investir em Paraíba – Memória cultural: No livro de Chico Pereira, que agora publicamos, imagens e relatos revelam uma das faces do seu trabalho apaixonado em busca do registro cuidadoso da afirmação da cultura em nosso Estado.
Nesta sexta-feira (dia 11), às 7 da noite, será o lançamento de Paraíba – Memória cultural, na Estação Cabo Branco Ciência, Cultura e Artes, com apresentação de Hildeberto Barbosa Filho.
Considero que devemos lotar a Estação Ciência numa homenagem a um artista e pesquisador que gastou alguns bons dias e noites, durante os últimos oito anos, para que a Paraíba tenha sua memória cultural registrada com perfeição. Como escreveu Gonzaga Rodrigues em seu prefácio: É um livro, sobretudo, de amor à Paraíba e ao gênio ou à riqueza de talento dos seus filhos.
Registro ainda os excelentes trabalhos de Juca Pontes e Milton Nóbrega nos projetos editorial e gráfico, respectivamente, do livro de Chico.”