O preço de fazer oposição
Heitor Dias era prefeito de Salvador, pela velha UDN, e tinha como médico contratado da prefeitura, José Augusto Berbert, que também era jornalista. Berbert escrevia no jornal A Tarde, que fazia uma ferrenha oposição ao prefeito.
Certo dia, o médico foi fazer o exame de rotina no prefeito, que foi logo dizendo: “Tenho uma novidade, doutor!” O médico e jornalista: “E o que é, excelência?” O prefeito: “O senhor acaba de ser demitido!”
Berbert, espantado: “Posso saber por quê, prefeito?” Heitor: “Por uma questão de democracia.” Berbert: “Democracia?” O prefeito: “Sim. A democracia assegura o direito de crítica, que é sagrado…” Então, arrematou, enquanto soletrava 33: “… Mas com seu dinheiro. Com o meu, não. Fale mal de mim, mas você pagando, eu não”.