O que afinal veio fazer o presidente do PT na Paraíba?
A visita do presidente do PT, Ruy Falcão, à sede do PMDB nesta sexta-feira trouxe alguns simbolismos para reflexões. Pode ter sido um gesto de diplomacia do partido ante todo o imbróglio que se tornou a indicação do senador Vital para um ministério da presidente Dilma. Afinal, é visível o desconforto dentro do PMDB, e não apenas da Paraíba.
Ou talvez tenha sido uma demonstração de que os dois partidos poderão estar juntos, num mesmo palanque na Paraíba, talvez já em primeiro turno. Após o lançamento da candidatura de Nadja Palitot, o partido passou a ter duas apenas alternativas: ou segue com a candidatura própria, ou apoia o PMDB. Não terá como apoiar outro partido sem melindrar a aliança nacional.
Pode ser também o estabelecimento de um protocolo de convivência das duas candidaturas ao Governo, Nadja e Veneziano, de olho numa composição em segundo turno. Disputas eleitorais é possível saber como começam, mas, muitas vezes, não se sabe como acabam. Há casos em que candidatos iniciam como aliados e terminam como adversários.
Ou, finalmente, terá sido, quem sabe, uma operação bombeiro, ante os comentários cada vez mais frequentes de conversações entre setores do PMDB e PSDB, especialmente face a insatisfação de alguns peemedebistas com o tratamento dispensado pelo PT, não apenas no Estado, mas em nível nacional. Resta esperar pelos desdobramentos desse encontro.
Reunião com PP e PSC – Também foi cercado de muitas indagações o encontro de Ruy Falcão com representantes do PP e PSC, na noite desta sexta. Falcão foi enigmático ao afirmar que a base da presidente Dilma está preservada no Estado, defende que os partidos tenham liberdade para apresentar várias candidaturas, mas insistiu na tese de uma união das oposições.