O que derrubou Harrison, a compra dos kits ou Cássio subir no palanque de Cícero?
O que teria a ver a compra sem licitação de kits educativos pelo secretário Waldson de Sousa (Saúde), com a demissão do seu colega Harrison Targino, da Educação? Há muitas versões na praça. Será que Harrison deixou a pasta simplesmente para disputar a presidência da OAB ou foi por ter se recusado a fazer a compra dos kits?
Outra coincidência importante foi a demissão de Harrison Targino ter ocorrido no mesmo dia em que o senador Cássio Cunha Lima decidiu, finalmente, subir no palanque do candidato tucano Cícero Lucena, em João Pessoa. Essa seria também apenas mera coincidência? Ou a demissão ocorreu pelo conjunto da obra?
Pelo que circula nos bastidores, há poucos dias, as secretárias Aracilba Rocha (Finanças) e Livânia Farias (Administração) teriam procurado Harrison para viabilizar a operação de compra dos kits da Editora DCL. Uma operação no valor estimado de R$ 12 milhões. Harrison teria se recusado, alegando que poderia ser danosa ao Estado.
Ainda segundo as informações de bastidores, Harrison teve, poucos dias depois, um encontro bem tenso com o governador Ricardo Coutinho, e novamente ele teria dito que não faria a operação, principalmente por estarmos num período eleitoral. Depois desse encontro com o governador, Harrison passou a balançar no cargo.
Mas, o secretário Waldson de Sousa decidiu encarar a missão pela pasta de Saúde. A compra então teria sido fracionada, sendo que a primeira parte foi promovida, sem licitação, no dia 10 de setembro, no valor de R$ 3,5 milhões, que foi denunciada pelos vereadores Marcos Vinicius e Elisa Virginia ao Ministério Público.
No paralelo, o deputado Manuel Júnior levou o caso à tribuna do Congresso, considerando a operação escandalosa. Júnior fez, inclusive, uma associação dessa compra com uma operação realizada, anteriormente pelo ex-prefeito Ricardo Coutinho, que chegou a sair no Fantástico, envolvendo o empresário Pietro Harley Dantas Felix.
Então, o fato de Cássio subir no palanque de Cícero teria sido a gota d’água, selando em definitivo o destino de Harrison no Governo, principalmente após a história, no todo ou em partes, ter vazado para a Imprensa.