O que é melhor para o PMDB: seguir com candidatura própria ou a reboque de Cássio e RC?
Muitas vezes que é pode ser um veneno, também pode ser a cura. E isso pode ser aplicado ao que ocorre com o PMDB. O nível de acirramento interno entre os que defendem uma aliança com o senador Cássio e outros que advogam aliança com o governador RC atingiu um ponto tal, que dificilmente o partido sairá desse imbróglio sem ferimentos graves.
Começa vicejar a percepção de que uma definição para um dos lados fatalmente conduzirá o partido a uma fragmentação, talvez irreversível. Se optar por Cássio, por exemplo, há várias lideranças que não terão como se incorporar a essa ordem, por conta de divergências paroquiais, e é lícito citar os casos de Paulino versus Zenóbio, em Guarabira, ou Chica Mota versus Divaldo, em Patos.
Por outro lado, se o partido compuser com Ricardo, há igualmente facções inteiras que não seguirão, de nenhum modo, essa orientação por causa da animosidade que alimentam em relação ao governador, casos mais explícitos dos deputados Manuel Júnior e Trócolli Júnior. Um cenário que se reproduz em todo o Estado, em maior ou menor grau.
Então, uma decisão dessas, para um lado ou para outro, tem embutido um veneno capaz de jogar o partido, talvez ainda o maior do Estado, na condição de uma mera sublegenda sem maior expressão, com graves consequências para os futuros embates eleitorais. Perde inclusive substância para as disputas municipais de 2016.
É por essa razão, que há uma nova percepção em discussão no partido, ante uma simples indagação: qual o menor prejuízo? Apoiar Ricardo, apoiar Cássio ou seguir com a candidatura própria? Faz sentido compreender que a alternativa menos traumática é seguir com candidatura própria, apesar do tempo precioso que o candidato Veneziano perdeu na pendenga com o PT.
Tempo e pontos nas pesquisas, não se pode esquecer. Com a candidatura própria, o partido tem primeiro a chance de se manter relativamente unido. As divergências serão menores. Depois, a campanha ainda nem começou pra valer. Cada eleição tem sua própria história. Há uma chance, não apenas de entrar no páreo, em que pese o clima de polarização entre Ricardo e Cássio, como definir a sorte das urnas deste ano.
Mas, claro, vingando essa possibilidade, Veneziano e Vital vão precisar se desdobrar para recuperar o tempo perdido. Até porque a pendência com PT pode estar a caminho de uma solução, após a decisão do Supremo de fulminar a resolução do TSE que reduzia o número de deputados. Sem mais embaraços, não há mais pretexto para não botar o bloco na rua. A menos que não se queira mesmo.