OPERAÇÃO CALVÁRIO Livânia foi presa neste sábado quando retornava a João Pessoa e deve ser exonerada do Estado
Informação caiu como uma bomba. E não era pra menos. As primeiras informações indicam que a secretária Livânia Farias (Administração) acaba de ser presa pela Polícia Federal, logo após o seu retorno a João Pessoa, no início da noite deste sábado (dia 16). Ela havia viajado a Brasília, no início da semana na companhia do ex Ricardo Coutinho e seus advogados. De lá, teria seguido para Minas Gerais.
Segundo os advogados Solon Benevides e Sheyner Asfóra, Livânia foi detida e levada para a Acadepol. Sua prisão foi decretada pelo desembargador Ricardo Vital, por solicitação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate à Corrupção). Livânia foi delatada pelo seu ex-assessor Leandro Nunes Azevedo, de ter comandado esquema de propina com recursos da Cruz Vermelha, dentro da Operação Calvário.
Segundo informações, seu mandado de prisão havia sido expedido, há três dias, e a força tarefa estava aguardando apenas seu retorno à Paraíba. Logo após o início da prisão, especulações no governo do Estado já indicavam sua exoneração por parte do governador João Azevedo, que deve publicar o ato até a próxima segunda-feira.
Propinagem – Leandro, ex-assessor e braço direito da secretária Livânia revelou em delação para o Gaeco ter recebido , no hotel do Rio de Janeiro, uma caixa de dinheiro de Michele Cardozo, secretária particular de Daniel Gomes da Silva (chefe da organização criminosa), Leandro revelou que havia nela R$ 900 mil. Disse ainda que Livânia comandou toda a operação.
O dinheiro recebido no Rio de Janeiro foi utilizado para financiar a campanha do então candidato João Azevedo, num esquema que envolveu, não apenas caixa 2, mas, especialmente, utilização da propina. Foram pagos, segundo ele, vários fornecedores da campanha ainda no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com Leandro, após combinar com Livânia, foram pagos os fornecedores Zé Nilson (Adesivos Torres), Weber (Plastifort), Henrique (Prática Etiquetas) e Júnior (carro de som). Para alguns deles, o pagamento foi feito em dinheiro e pessoalmente, e até com um bônus (afinal veio dinheiro a mais…). Para outros, depósito bancário realizado numa agência de shopping.
Imóveis – Leandro revelou também que Livânia adquiriu de um empresário conhecido como Waltão e com dinheiro da propina, um imóvel em Sousa, no valor de R$ 400 mil, pago em duas parcelas de R$ 200 mil, em dinheiro vivo. Livânia teria usado na operação Aparecida Estrela. E também confirmou que ele próprio adquiriu imóvel no condomínio Bosque de Intermares, usando o nome de sua mãe.
Também constam a aquisição de casas e automóveis.