OPERAÇÃO CALVÁRIO – MP do Rio de Janeiro teria requerido transferência de testemunha chave para Bangú
A informação não tem confirmação oficial, mas relatos colhidos pelo Blog nos bastidores indicam que o Ministério Público do Rio de Janeiro teria requerido a transferência de Leandro Nunes Azevedo, ex-assessor e braço direito da secretária Livânia Farias (Administração), preso no presídio PB1. Ele é considerado testemunha chave na Operação Calvário. Ele iria para a penitenciária de Bangú (presídio fluminense).
Na semana passada, fortes rumores indicaram que Leandro chegou a depor por mais de quatro horas no Ministério Público da Paraíba. O detalhe, conforme comentário de um magistrado ao Blog é que, diferente dos dois secretários Waldson de Sousa (Planejamento) e Livânia Farias, que foram alvos de mandados de busca e apreensão, e têm o foro junto à justiça da Paraíba, Leandro não tem.
Leandro foi demitido pelo governador João Azevedo em 18 de janeiro, e logo depois foi preso. Imagens veiculadas pela Imprensa revelam Leandro recebendo uma caixa de Michele Cardozo, secretária participar de Daniel Gomes, num hotel do Rio de Janeiro.
Pra entender – Só pra relembrar: a Operação Calvário, realizada (em 14 de dezembro último) via força tarefa dos Ministérios Públicos da Paraíba e do Rio de Janeiro cumpriu, na Paraíba, mandado de prisão contra o empresário Roberto Kremser Calmon de organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha gaúcha, que teria movimentado mais de R$ 1,7 bilhão no País.
A organização criminosa era, conforme o Ministério Público, chefiada pelo empresário Daniel Gomes da Silva e contava com mais 10 pessoas todas acusadas de desviar recursos públicos em contratos firmados junto a unidades de saúde.
Doação ao PSB – O detalhe foi a revelação de que Jaime Gomes da Silva, um parente bem próximo de Daniel, por uma razão ainda não explicada, doou R$ 300 mil ao então candidato Ricardo Coutinho na eleição de 2010. Atenção: em julho do ano seguinte, a Cruz Vermelha gaúcha fechou o contrato com seu governo.
Faturamento – Só na Paraíba, a Cruz Vermelha gaúcha faturou mais de R$ 930 milhões, durante a gestão Ricardo Coutinho, entre julho de 2011 (quando o hospital teve a gestão terceirizada), até setembro de 2018 (abaixo, a planilha revela somente até 2017). O valor saltou de R$ 8,2 milhões ao mês, para mais de R$ 12 milhões atualmente. Era apenas R$ 4 milhões mensais no final do governo Maranhão III, em dezembro de 2010, quando gerida pelo Estado.