OPERAÇÃO CALVÁRIO – MP investiga envio de dinheiro por Daniel Gomes após “desespero” na eleição de 2014 com vitória de Cássio no 1º turno
O nome do ex Ricardo Coutinho não consta, até onde se pode apurar, nem na sentença do desembargador Ricardo Vital determinando mandados de busca e apreensão na casa dos secretários Waldson de Sousa (Planejamento) e Livânia Farias (Administração), nem no relatório da força-tarefa da Operação Calvário. Apesar de figurar o nome de seu irmão, Coriolano Coutinho.
Mas, o que tem sido motivo de dor de cabeça para RC e aliados próximos é o registro na sentença de Ricardo Vital, de que a propina apurada pelo Gaeco teria irrigado a sua campanha eleitoral 2014, quando disputou a reeleição. No documento fica explícito que Michelle Louzada Cardozo (secretária particular de Daniel Gomes) fez entrega de dinheiro destinado a campanha eleitoral na Paraíba.
Na eleição de 2014, como se sabe, o ex-senador Cássio Cunha Lima obteve 965.397 votos, contra 937.009 obtidos pelo então recandidato Ricardo Coutinho. Ou seja, Cássio venceu com mais de 22 mil votos de diferença. Mas, a candidatura de Vital Filho (106 mil votos) forçou o segundo turno, quando Ricardo venceu com uma margem de 111 mil votos. Pelo visto, o adjutório de Daniel Gomes foi decisivo.
E há também o registro da curiosa doação de Jaime Gomes, tio de Daniel Gomes (considerado o chefe da quadrilha pela Operação Calvário), de R$ 300 mil para a campanha de RC em 2010, oito meses antes dele assinar a contratação da Cruz Vermelha gaúcha. Diz expressamente o despacho que Jaime “ofertou contribuição de R$ 300 mil à campanha para o PSB”. A doação foi datada de 29 de novembro de 2010.
Essa informação, vale pontuar, já estava no portal do Tribunal Superior Eleitoral e, há tempos, foi denunciada pela mídia da Paraíba sem encontrar respaldo nas autoridades de investigação do Estado, pelo menos não anteriormente à Operação Calvário, desencadeada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro com a contribuição do Ministério Público da Paraíba.