OPERAÇÃO CALVÁRIO Polícia cumpre busca e apreensão na casa dos secretários Waldson e Livânia envolvidos em escândalo bilionário da Cruz Vermelha gaúcha
Anote a data: 1º de fevereiro. Um dia para o clã girassolaico esquecer. O dia iniciou com a expectativa de vitória na disputa pela presidência da Assembleia. Deu águia: não apenas sofreu uma derrota acachapante, como o grupo termina o dia com uma derrota ainda maior, após a decisão do desembargador Ricardo Vital de decretar mandados de buscas e apreensão de dois secretários de Estado.
Foi como o estouro de barragem de rejeitos, lançando lama em todas as direções. Conforme a decisão do desembargador, não apenas os secretários Waldon de Sousa (Planejamento) e Lívânia Farias (Administração) estão envolvidos, como o “braço direito” da secretária, Leandro Nunes Azevedo, foi flagrado recebendo propina, de acordo com as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Na decisão, Ricardo Vital ainda atinge o chefe da quadrilha (conforme a Operação Calvário), o empresário Daniel Gomes da Silva (redundante, pois ele já foi preso no Rio), além de Michele Louzada Cardoso e Leandro Nunes. Leandro, como se sabe, foi demitido há poucos dias pelo governador João Azevedo, logo que vazou a informação de sua participação no esquema.
Confira abaixo quem era o misterioso motorista que se hospedou no Hotel Hilton Copacabana, no Rio de Janeiro.
Pra entender – Só pra relembrar: a Operação Calvário, realizada (em 14 de dezembro último) via força tarefa dos Ministérios Públicos da Paraíba e do Rio de Janeiro cumpriu, na Paraíba, mandado de prisão contra suposto integrante (o empresário Roberto Kremser Calmon) de “organização criminosa” infiltrada na Cruz Vermelha gaúcha, que teria desviado algo em torno de R$ 1,7 bilhão no País.
A organização criminosa era, conforme o Ministério Público, chefiada pelo empresário Daniel Gomes da Silva e contava com mais 10 pessoas todas acusadas de desviar recursos públicos em contratos firmados junto a unidades de saúde.
O detalhe foi a revelação de que Jaime Gomes da Silva, um parente bem próximo de Daniel, por uma razão ainda não explicada, doou R$ 300 mil ao então candidato Ricardo Coutinho na eleição de 2010. Atenção: em julho do ano seguinte, a Cruz Vermelha gaúcha fechou o contrato com seu governo.
Só na Paraíba, a Cruz Vermelha gaúcha faturou cerca de R$ 1 bilhão, durante a gestão Ricardo Coutinho, entre julho de 2011 (quando o hospital teve a gestão terceirizada), até setembro de 2018. O valor saltou de R$ 8,2 milhões ao mês, para mais de R$ 12 milhões atualmente. Era apenas R$ 4 milhões mensais no final do governo Maranhão III, em dezembro de 2010, quando gerida pelo Estado.
Propinas – Segundo apurou o repórter André Coelho, da Globo News, a partir de informações do Ministério Público do Rio de Janeiro, “a quadrilha atuava na Paraíba com o pagamento de agentes públicos”. Os nomes não foram declinados, mas sabe-se que a organização operava sacando dinheiro em espécie para realizar os pagamentos. (Mais no vídeo https://goo.gl/DfneEX, a partir do momento 4:30)
Com marcelojose.com
CONFIRA ÍNTEGRA DA DECISÃO DO DESEMBARGADOR RICARDO VITAL…