Oportunismo? Governador assume estilo camaleão tipo os fins justificam os meios
O governador Ricardo Coutinho não chegou exatamente a surpreender, mas aparentemente decidiu assumir abertamente seu estilo camaleão. Há meros dez dias, posou alegremente ao lado do presidente Temer, em Monteiro, durante a inauguração (dia 9) do Eixo Leste da Transposição. Sua mídia, inclusive, chegou a insinuar que eles haviam estreitado laços políticos eventualmente estremecidos.
Eis que, neste domingo (dia 19), o governador reapareceu sorridente ao lado de Lula e Dilma, durante a reinauguração da Transposição, novamente em Monteiro. Houve quem estranhasse, mas não é preciso muito esforço de memória para compreender como Ricardo Coutinho sempre se valeu de terceiros para crescer politicamente, quando o que está em jogo é a escalada pelo poder. Aliados ou adversários.
Em 2004, por exemplo, foi atrás do PMDB, para convencer o senador Zé Maranhão a retirar a candidatura de Manuel Júnior e consolidar sua postulação a prefeito. E assim foi eleito a primeira vez em João Pessoa. Em 2010, rompeu com Maranhão e foi buscar o apoio de Cássio Cunha Lima para se eleger governador pela primeira vez. Em 2014, rompeu com Cássio e foi se ancorar em Luciano Cartaxo, no primeiro turno e, em Maranhão, no segundo, para se reeleger.
Portanto, nada mais natural que, num dia, pose sorridente ao lado de Temer, a quem tanto criticou, e, no outro, simplesmente apoie-se em Lula e Dilma, para, obviamente, tentar faturar política. Segue à risca o figurino dos políticos da antiga tradição coronelista, para quem não importavam os meios, importantes mesmo seriam os fins. Meios oportunistas para alcançar o poder.