Os agressivos limpadores de para-brisas e a solução em Nova Iorque, por Palmarí de Lucena
Em sua mais recente crônica, o escritor Palmarí de Lucena aborda a questão da “desordem urbana”, e cita o caso dos conhecidos limpadores de para-brisas de veículos em semáforos, ocorrido em Nova Iorque. A reclamação de motoristas levou o prefeito da cidade a decretar multa contra os limpadores flagrados na intimidação a motoristas. E a prática simplesmente sumiu da cidade. Mas, existe em João Pessoa e outras cidades.
Confira a íntegra de seu comentário “Desordem urbana”:
“Símbolo da decadência e desordem urbana em Nova Iorque e outras grandes cidades nos anos de 1980, legiões de limpadores de para-brisas ocupavam cruzamentos, semáforos e locais de estacionamento público à revelia de leis e posturas municipais proibindo a atividade. Conhecidos mundialmente como “squeegee men”, adolescentes e jovens adultos munidos de rodos de borracha e detergente, agressivamente oferecendo serviços de lavagem de para-brisas, muitas vezes sem a permissão do condutor, são vistos pelo público como um clara ameaça contra a qualidade de vida.
A expansão gradual da versão paraibana dos “squeegee men” tem contribuído para o aumento de insegurança e riscos enfrentados pelo cidadão comum. A veemência das abordagens e a faixa etária dos seus praticantes fomentam a proliferação de pestes urbanas identificas pelo fenômeno social conhecido como “janelas quebradas”, ou seja, a ausência de policiamento presencial e consequente desordem no trânsito. Preocupante também é a postura agressiva na abordagem de mulheres desacompanhadas.
Lamentavelmente a ausência de guardas municipais e oficiais da mobilidade urbana está criando um vácuo de autoridade nos cruzamentos da cidade. Estes locais são notoriamente propensos a crimes de oportunidade com alto potencial de violência ou colisões envolvendo motoristas inseguros sobre riscos inerentes a paradas nos semáforos vermelhos ou esquinas iluminadas precariamente.
Vendedores de frutas, cadeirantes, pessoas com distúrbios de comportamento e grupos arrecadando doações para várias denominações e causas religiosas incrementam a presença difusa de pedestres dificultando um fluxo veicular eficiente e segurança cidadã. Nenhum desses atores apresenta credenciais criveis das suas atividades comerciais ou filantrópicas. Devemos estabelecer um sistema efetivo de credenciamento e controle de pessoas comercializando produtos ou solicitando doações para assegurar que as ruas sejam mais seguras e que os riscos do trânsito sejam devidamente mitigados.”