Os algoritmos e as postagens falaciosas, confira com Palmarí de Lucena
Em seu mais recente comentário, o escritor Palmarí de Lucena aborda um dos temas mais quentes do momento, que são as chamadas fake news (notícias falsas), e a forma como os chamados algoritmos (palavra que também está na ordem do dia) podem contribuir para a disseminação desse noticiário falacioso, especialmente num ambiente de disputa eleitoral. Confira a íntegra do comentário “Algoritmos e postagens tendenciosas”:
“Tópicos sendo compartilhados através de algoritmos de plataformas das redes sociais evidenciam o alto grau de eficiência e capilaridade de postagens factualmente deturpadas ou legitimando fantasiosas teorias de conspiração. Lamentavelmente, a eficácia das plataformas aparenta ser menos comprometida com esforços para detectar ou pelo menos mitigar os efeitos nocivos de tais conspirações. Algoritmos são partes importantes na disseminação de informações falsas, porém não são os únicos culpados.
Severas críticas às plataformas de Facebook e YouTube por disseminar teorias de conspiração sobre o massacre de Parkland nos chamados “trending topics”, expuseram apenas uma faceta do problema de “fake news” e do uso indevido de algoritmos. Neste caso especifico, uma fonte obscura usou as plataformas para viralizar o falso rumor de que um dos sobreviventes da tragédia, o estudante David Hogg, era ator profissional pago por interesses contrários a 2ª Emenda da Constituição ou instrumentalizado pela esquerda para promover restrições à venda e porte de armas.
Notícias e narrativas se transformam em tendências em algoritmos de redes sociais, quando seres humanos interagem com estas histórias porque elas estão sendo elencadas por outros usuários, seja por um grupo de afins ou meros estranhos. Segundo o Washington Post, Donald Trump Jr marcou um “like” em dois Tweets acusando os sobreviventes do massacre de Parkland de ser atores pagos legitimando assim uma notícia patentemente falsa e nociva aos interesses e segurança da sociedade americana.
O fenômeno “fake news” tende a crescer ou mesmo influenciar o resultado de alguns certames eleitorais. O STE está tomando providencias para mitigar o risco de contaminação do eleitorado e das eleições através dos algoritmos de redes sociais. A responsabilidade final por decisões eleitorais cabe ao eleitor bem informado, responsável e criterioso no compartilhamento de narrativas e postagens preconceituosas, rancorosas ou notoriamente falsas sobre candidatos ou seus partidos políticos.”