Gostaria tanto de me indignar com as declarações do jornalista Augusto Nunes, da revista Veja, que, em sua coluna “Sanatório Geral”, chamou os paraibanos Luciano Agra, o prefeito, e Alexandre Urquiza, o ex-secretário, de “dois bandidos”.
A indignação seria a reação natural de qualquer paraibano ao ver um conterrâneo atingido dessa forma. Um gesto de solidariedade. Mas, não dá. Não depois que eles levaram novamente à Paraíba ao noticiário nacional mais pejorativo.
Urquiza, porque cometeu a barbaridade de cadastrar uma filha no Bolsa Família, programa voltado para pessoas carentes. Achou pouco e nomeou praticamente toda a sua prole na Prefeitura de João Pessoa, com uma renda familiar invejável.
Agra, porque, primeiro, não tomou uma providência para punir o responsável pelo escândalo. Depois, pelas desconcertantes tuitadas que vazaram do seu smartphone, em que aconselha benevolente, como a um filho, que Urquiza peça demissão.
Os dois juntos e misturados por terem, repetindo, colocado a Paraíba mais uma vez no noticiário policial nacional. Pois, trata-se de um caso de polícia. Não apenas o cadastro no Bolsa Família, como o nepotismo e as declarações no twitter.
Assim, em vez de me indignar com o jornalista Augusto Nunes, que tachou os paraibanos de “bandidos”, fico envergonhado. E com receio que o governador também tenha o mesmo destino de Agra e Urquiza, depois de ser apanhado nomeando toda a família do presidente do PSB, Ronaldo Barbosa.
Eis o que postou o jornalista August Nunes, com o depreciativo título “Criminoso confesso”: “Luciano Agra, prefeito de João Pessoa (sem partido), na mensagem ao secretário Alexandre Urquiza que queria mandar por email e acabou escancarada no Twitter, convidando o Brasil decente a perguntar aos berros o que ainda esperam os homens da lei para enquadrar os dois bandidos.”
Ele se referia às tuitadas de Agra: “Meu filho, entregue o cargo antes que descubram o restante. Fique em silêncio que saberemos como lhe recompensar.” Que vergonha.