OS VAMPIROS NA PANDEMIA Espertalhões podem ter recebido indevidamente R$ 30 milhões do auxílio emergencial na Paraíba
É sem dúvida um crime hediondo. Pessoas que se aproveitam de uma pandemia para se apropriar de recursos destinados aos mais carentes. O noticiário dos últimos dias traz informes de parentes de empresários e políticos recebendo o auxílio emergencial de R$ 600, numa afronta aos que mais precisa. Um levantamento da Controladoria Geral da União apontar que, na Paraíba, pelo menos R$ 30 milhões foram desviados pelos espertalhões.
Estima-se que aproximadamente 30 mil pessoas teriam recebido o auxílio emergencial indevidamente, e o caso está sob investigação do Ministério Público Federal. O procedimento está no gabinete do procurador da República, Yordan Delgado, que é o responsável pela apuração do recebimento indevido do auxílio.
Nas primeiras investigações, 77 pessoas teriam sido identificadas, distribuídas em dez cidades que não estão dentro da atribuição do Ministério Público Federal, em João Pessoa. As denúncias são jovens supostamente de classe média e classe alta, que teriam feito viagens à Europa, entre outros. “Falta no entanto afastarmos da hipótese de homônimos, o que se conseguirá com a resposta às notificações”, explicou o procurador.
Yordan Delgado já despachou, nesse procedimento, determinando a notificação da Caixa Econômica Federal e das pessoas para responderem um questionário, buscando o ressarcimento dos valores recebidos indevidamente. São denúncias fruto apenas de denúncias. Nessa fase das investigações ainda não constam os nomes da relação a ser encaminhada pela CGU.
Vampiros – Dentre os infratores, verdadeiros vampiros do dinheiro público, constam aqueles que já recebem outros benefícios previdenciários, servidores públicos, os que já recebem seguro-desemprego, mortos (uso de seu CPF), aqueles que recebem renda acima do limite previsto em lei e parentes de políticos e empresários, normalmente jovens, os chamados “filhinhos do papai”.