OU VAI OU RACHA… Cícero ameaça reagir contra deslealdade e Aguinaldo cobra reciprocidade e insinua traição

O fato é que a frente fria dos últimos dias não tem sido suficiente para aplacar a temperatura reinante no âmbito do Progressistas, meu caro Paiakan. Há um cenário de intenso contencioso interno, que agravou-se a partir das declarações de dois de seus principais caciques: o prefeito Cícero Lucena e o deputado Aguinaldo Ribeiro.

Numa mão, Cícero, que tem defendido pesquisas como critério para escolha do candidato a governador da base governista, avisou que “se não for respeitado, vou tomar que tomar as medidas correspondentes ao desrespeito”. Aparentemente, Cícero acusou deslealdade e avisou que irá reagir se não for consultado sobre os critérios e a escolha do candidato.

De quebra, causou mal-estar recentes convites a Cícero do PSDB de Marconi Perilo e o PSD do grupo Cunha Lima. Uma mudança de partido, neste momento, poderia indicar uma insatifação do prefeito e, mais que isso, a desconfiança de que, apesar de estar na dianteira das pesquisas, será trocado pelo vice-governador Lucas Ribeiro.

Então, o deputado Aguinaldo, conhecido pela discrição, resolveu falar. E falou grosso. “Espero reciprocidade de Cícero, espero que ele esteja conosco no projeto de grupo. Não há espaço para projetos pessoais. Se é um projeto pessoal, ele (Cícero) vai ter que ter um partido. Eu abdiquei várias vezes de projetos, como por exemplo ser candidato ao Senado, mas recuei em nome do grupo”, advertiu.

Aguinaldo insinuou ser traição Cícero tratar com a oposição: “Se você faz parte de um grupo e você faz parte de um partido, você pode fazer qualquer coisa que esteja tratada dentro do grupo. Mas se você está tratando fora do grupo, então eu acho que é incongruente com o estar no grupo. Ou você está no grupo, ou não está. Cícero foi eleito para ser prefeito de João Pessoa. Por que é que, como partido, vamos abrir mão de uma prefeitura?”

Também criticou o recente anúncio de uma parceria entre Cícero e o deputado-presidente Adriano Galdino (Republicanos). Os dois firmaram um pacto em que quem estiver melhor nas pesquisas receberá o apoio do outro na disputa ao Governo, o que esclui Lucas. “Eu acho que é incongruente você ter uma coisa paralela fora do grupo e querer dizer que está dentro do grupo”, arrematou Aguinaldo.

Pronto, está montando o cenário de uma crise, meu caro Paiakan. A impressão na praça é que, se mais uma farpa for trocada neste nível, será praticamente impossível evitar o rompimento político.