DESAFIANDO A JUSTIÇA Integrantes da Orcrim seguiram cometendo ilícitos mesmo depois da Calvário, revela coordenador do Gaeco
“Os trabalhos da organização criminosa não cessaram com a Operação Juízo Final (veja quadro abaixo). Eles permanecem, até porque, infelizmente, a gente está num universo muito complexo.” A declaração foi dada pelo promotor Octávio Paulo Neto, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), nesta quarta (dia 4), após a deflagração da Operação Calvário 11 e 12 – A Origem.
E pontuou ainda: “O objetivo dessas fases é responsabilizar os envolvidos por massivos desvios ocorridos nas pastas da Educação, tanto do Estado quanto na Prefeitura de João Pessoa.”
Nas duas fases, a força-tarefa cumpriu três mandados de prisão (Edvaldo Rosas, Coriolano Coutinho e Pietro Harley Félix), além de outros 28 de busca e apreensão em João Pessoa, Cabedelo, Campina Grande e Taperoá, além de Brasília (DF), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP).
Apelo – Durante entrevista à Imprensa, o coordenador do Gaeco ainda apelou à população e a alguns empresários que, eventualmente, foram vítimas de condutas ilícitas que se animem a procurar o Ministério Público Estadual e Federal para que “possam tomar as devidas providências aos acontecimentos que estão chegando ao conhecimento da Justiça”.
Calvário 11 e 12– A operação, nessas duas fases, teve como foco como alvo contratos para aquisição de material didático, por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, no ano de 2013.
As compras suspeitas realizadas pelo Estado atingiram R$ 4.499.995,50, enquanto as promovidas pela prefeitura chegaram a R$ 1.501.148,60. O desvio apurado foi, segundo a força-tarefa, da ordem R$ 2,3 milhões, “em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos”.
Juízo Final – A Operação Juízo Final foi deflagrada, em dezembro de 2019, e resultou na prisão do ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, seu advogado Francisco das Chagas, a ex-prefeita Márcia Lucena, a deputada Estela Bezerra, os ex-secretários Gilberto Carneiro, Cláudia Veras, Waldson de Sousa e mais dez pessoas.
Apenas neste núcleo, estima-se desvio de recursos públicos na ordem de R$ 134,2 milhões, dos quais mais de R$ 120 milhões teriam sido destinados a agentes políticos e às campanhas eleitorais.
PRISÕES PREVENTIVAS DECRETADAS…
- Ricardo Vieira Coutinho (ex-governador – PSB)
- Estelizabel Bezerra de Souza (deputada estadual – PSB)
- Márcia de Figueiredo Lucena Lira (prefeita do Conde – PSB)
- Waldson Dias de Souza (ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão)
- Gilberto Carneiro da Gama
- Cláudia Luciana de Sousa Mascena Veras
- Coriolano Coutinho
- Bruno Miguel Teixeira de Avelar Pereira Caldas
- José Arthur Viana Teixeira
- Breno Dornelles Pahim Neto
- Francisco das Chagas Ferreira
- Denise Krummenauer Pahim
- David Clemente Monteiro Correia
- Márcio Nogueira Vignoli
- Valdemar Ábila
- Vladimir dos Santos Neiva
- Hilário Ananias Queiroz Nogueira