Momentos após o Senado Federal anunciar o placar do impeachment, a presidente Dilma Rousseff usou a sua página no Facebook para se manifestar contra o que voltou a chamar de golpe: “Sem conseguir apontar o crime cometido, o Senado Federal decidiu afastar a presidenta Dilma e prosseguir com o impeachment.”
A nomeação do delegado Walber Virgulino para a Secretaria de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte saiu, mas não foi uma operação fácil. Até o ex-ministro Gilberto Kassab (Cidades), presidente nacional do PSD, entrou no circuito, diante da resistência do governador Ricardo Coutinho em liberar o delegado. Até onde o Blog pode apurar, Kassab chegou a telefonar para RC, apelando pela sua liberação.
O delegado Walber Virgulino precisou esperar 13 dias para o governador Ricardo Coutinho, finalmente, atender ao pedido do seu colega Robinson Faria, do Rio Grande do Norte, que enviou a solicitação da sua liberação desde 29 de abril. Só assim, o governador pode publicar no Diário Oficial do Estado do RN a sua nomeação para a Secretaria de Justiça e Cidadania.
Esta é uma quinta-feira que poderá não acabar tão cedo. Há dias que são assim. Se, para alguns, a catarse do impeachment foi motivo de contentamento e até a possibilidade de tripudiar sobre adversários, para outros, significou talvez o começo do fim de um sonho. Mas, manda a prudência que Michel Temer, o principal beneficiário desse processo, não esqueça de que o País vive um pesadelo.
O placar talvez tenha sido surpreendente, mas nem o PT esperava mais que o impeachment não fosse aprovado pelo Senado. A oposição precisava de apenas 40 votos, no quórum de 78 senadores, e obteve 55, contra apenas 22 dos governistas. Diante desses números, ficará muito difícil uma reviravolta num cenário de impeachment da presidente Dilma.
O ex-governador Cid Gomes teve um dia de seu irmão, Ciro Gomes. Durante uma solenidade em Sobral, interior do Ceará, Cid, revoltado com sua citação na Operação Lava Jato, mandou um recado ao ministro Teori Zavascki (Supremo), ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ainda ao juiz federal Sérgio Moro, que lidera as investigações.
O ministro e ex-senador Vital Filho emitiu, esta quarta (dia 11), nota repudiando a citação de seu nome em delação premiada de do executivo da empresa Andrade Gutierrez, Gustavo Xavier Barreto, à Polícia Federal. Gustavo citou um almoço, em que participou com o ex-senador Gim Argello (preso na Lava Jato), quando se debateu sobre a preocupação em não atingir empresas citadas na CPI da Petrobrás.
A Paraíba figura entre os seis Estados do País que ultrapassaram a Lei de Responsabilidade de Fiscal, com gastos acima do permitido com pessoal, de acordo com relatório produzido pelo Ministério da Fazenda. Com isso, o Estado (como os demais) fica impedido de pleitear aval do Tesouro Nacional para contrair novos empréstimos, ou receber recursos federais não obrigatórios.
Os três senadores da Paraíba devem votar pelo impeachment da presidente Dilma, na sessão prevista para esta quarta-feira (dia 11). Cássio Cunha Lima (PSDB) e Zé Maranhão (PMDB) já declaram o voto abertamente. Já o senador Raimundo Lira, apesar de não ter assumido publicado, sinalizou que deverá pelo impedimento da presidente.
Muitas críticas têm sido disparadas por aliados da presidente Dilma contra o Congresso Nacional. Algumas mais brandas , outras bem pesadas. Porém, uma das mais duras foi emitida pelo deputado petista Anísio Maia, instantes antes da votação do impeachment no Senado. Além de repetir que o impeachment é golpe, Maia afirmou que o Congresso “é um verdadeiro prostíbulo”.
