O deputado Domiciano Cabral nega que tenha apeado da candidatura do senador Cássio Cunha Lima para se reconciliar politicamente com o governador Ricardo Coutinho. As especulações surgiram em meio à reunião do PSB realizada no final de semana. Domiciano reagiu com indignação: “Se só existisse Ricardo como candidato, eu votaria nulo!”

Segundo Domiciano, “tudo não passa dessa boataria que tem marcado esse momento da campanha, pois nunca sequer cogitei aderir à candidatura do governador (Ricardo Coutinho), se eu tivesse de apoiar a sua reeleição, não teria rompido com ele para apoiar (o senador) Cássio”. Domiciano insiste que a onda de boatos partiu de aliados do governador.

“As maiores vítimas do PMDB são Lucélio Cartaxo e o próprio Veneziano”, foi com essa declaração bombástica que o deputado Anísio Maia incendiou ainda mais a nevrálgica relação entre petistas e peemedebistas, por conta da formatação da chapa proporcional. Como se sabe, Anísio é contra a aliança na proporcional.

Anísio insiste que o compromisso do PT é apenas para a chapa majoritária: “Fizemos uma composição para a majoritária, mas não para a proporcional, então vejo que essa tentativa de imposição da aliança na proporcional por alguns deputados é apenas para fritar as candidaturas do próprio Veneziano e de Lucélio Cartaxo, que deixou de disputar a deputação federal para disputar o Senado, a pedido do PMDB.”

Não é de hoje que se especulam entendimentos do governador Ricardo Coutinho com outros personagens, em torno de vaga de senador em sua chapa. E o vice Rômulo Gouveia, que não é bobo, sabe do que está ocorrendo. Para essa vaga, Ricardo já sondou Zé Maranhão, Wilson Santiago e, mais recentemente, Lucélio Cartaxo e Veneziano.

Não quer dizer, obviamente, que eles aceitarão. Mas, essas movimentações não são exatamente do agrado de Rômulo. E não poderiam ser, afinal ele rompeu uma parceria longeva com o grupo Cunha Lima para permanecer com Ricardo, exatamente confiando nas garantias de que, em qualquer cenário, seria o seu candidato ao Senado.

É uma sinuca para Rômulo. Se agir pró Ricardo e contra Cássio em Campina, corre o risco de linchamento. Se ficar meia boca, poderá não ser mais o candidato ao Senado.

Nota emitida esta manhã (segunda, dia 16), pelo Sindifisco indica que o Governo do Estado reduziu em 11% o orçamento da Secretaria da Receita, “prejudicando consideravelmente o órgão”. Segundo o presidente do sindicato, Victor Hugo, o governador age de forma irresponsável, comprometendo o desempenho da Secretaria.

“O descompromisso do Governo, certamente comprometeu e compromete a boa execução dos serviços”, diz a nota. Desde o início de seu Governo, Ricardo Coutinho vem mantendo um contencioso com o pessoal do Fisco, a partir do momento em que passou a descumprir a Lei do Subsídio, uma antiga conquista da categoria.

“O PMDB não tem qualquer interesse numa composição com o PSB do governador Ricardo Coutinho, ainda que ele tenha oferecido a senatoria e a vice. Seria um desatino uma aliança do nosso partido com o governador.” A reação foi do deputado Manuel Júnior à onda de boatos, no final de semana, indicando a possibilidade de uma aliança PSB e PMDB.

Pelo que circulou nos bastidores, o governador estaria disposto a oferecer ao PMDB as duas vagas em sua chapa: “Esse tipo de especulação é, claramente, uma forma de tentar desestabilizar o PMDB. Entendemos que o governador está com dificuldades para fechar a sua chapa, até porque ele não se relaciona bem com a classe política, mas deixe o PMDB fora disso.”

O PT só deve definir sua coligação para a chapa proporcional no final do mês. Foi o que informou ao Blog Charlinton Machado, presidente estadual do partido: “Nós temos prazo até o final de junho e vamos seguir dialogando com outros partidos, para fechar uma chapa proporcional que assegure a eleição dos nossos deputados estaduais e federais”.

Sobre o impasse nos entendimentos com o PMDB, na composição da proporcional, Charlinton pontuou: “Nós estamos fechados na chapa majoritária com o PMDB, e estamos certos da vitória de Veneziano e Lucélio Cartaxo, mas temos dificuldades na proporcional, porque os nossos candidatos entendem que não é vantajosa”, pontuou o dirigente petista.

O final de semana foi de especulações em torno de um acordão envolvendo o governador Ricardo Coutinho e o PMDB de Veneziano, Vital e Zé Maranhão. Mas, no final da tarde deste domingo, o senador Vital negou qualquer possibilidade de acordo com o governador, ainda que ele oferecesse a vice e a senatoria, conforme as especulações.

“Nós estamos fechados mesmo é com a candidatura de Veneziano e a Lucélio. O mais é boataria sem procedência, com o intuito de tentar desestabilizar o PMDB”, assegurou Vital. Para ele, “Veneziano vem se revelando um gigante ao sobreviver contra uma onda descarada para tentar desestabilizá-lo gerando a todo dia e semana informações maldosas de sua desistência”.

O deputado Raniery Paulino reagiu com indignação às declarações do procurador-geral do Estado Gilberto Carneiro de que a PEC 17, de sua autoria, é inconstitucional e o que o Governo irá recorrer de sua aprovação pela Assembleia. “O procurador está equivocado, desinformado e mal orientado”, disparou o deputado.

Lembra Raniery, que a PEC 17, que obriga o governador a nomear um procurador de carreira para a procurador-geral, foi aprovada pelas comissões especiais da Assembleia. A decisão foi acompanhada, inclusive, pelo líder do Governo, deputado Hervázio Bezerra. Apenas Jutahy Menezes votou contra a proposta.

A presidente Dilma e o ex Lula estavam em Pernambuco, nesta sexta (dia 13), para fazer campanha pelo senador Armando Monteiro, candidato a governador, mas boa parte do discurso foi inspirado nos episódios que marcaram a abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, a mais mil milhas dali. E Lula foi duro em seu discurso contra parte da Imprensa e das elites, por causa dos palavrões contra Dilma.

Lula entregou uma rosa a Dilma, em desagravo contra as ofensas: “Ô, Dilma, você viu que, no estádio, não tinha ninguém com a cara de pobre, a não ser você?… Não tinha ninguém, pelo menos moreninho. Era a parte bonita da sociedade, aquela que comeu a vida inteira… O que me chamou a atenção é que eu imaginava que a gente aprendia a respeitar os outros na escola.”

PT e PMDB têm até o dia 21 para acertarem os ponteiros. Esta é a data prevista para a visita conjunta da presidente Dilma com o ex Lula ao Estado. O acerto na aliança precisa começar neste sábado (dia 14), quando os petistas devem definir a política de alianças na proporcional. Há um contencioso com o PMDB nesse particular.

Os peemedebistas querem uma coligação ampla na majoritária e na proporcional. Segundo o deputado Gervásio Filho, “essa aliança ampla é benéfica aos dois partidos, porque o PT tem todas as condições de manter sua bancada de três deputados estaduais”. Para o deputado o PMDB pode eleger quatro estaduais. Mas, o PT pensa diferente…