O ministro Joaquim Barbosa que anunciou, recentemente, não apenas o afastamento da presidência do Supremo, como sua aposentadoria antecipada, segue no epicentro da polêmica envolvendo a Corte e representantes do PT, uma animosidade que só tem aumentado desde a condenação dos réus do Mensalão. A última foi um embate público com o advogado do ex-deputado José Genoíno.

Tudo começou quando o advogado Luiz Fernando Pacheco ocupou a tribuna do STF, inclusive sem amparo no regimento da Corte, para criticar a decisão do ministro em relação à prisão domiciliar de Genoíno. Em sua breve participação, o advogado pediu urgência na votação do seu pedido para que Genoíno cumpra sua pena em regime semiaberto. Houve bate boca com Barbosa.

Impressionante como o governador Ricardo Coutinho só administra munido de arsenal bélico. Dá a impressão de ter perdido o sentido da palavra diálogo, que antes tanto defendia quando foi vereador e deputado. Assim, alimenta vários contenciosos com segmentos como servidores, pequenos empresários e, especialmente, a Assembleia.

O último deles é com os procuradores do Estado. Houve várias refregas e foi preciso uma decisão do Supremo, para evitar que seguisse contratando assessores jurídicos, afrontando um direito que é dos procuradores de carreira. Agora que a Assembleia aprovou PEC que obriga o Governo a nomear para a Procuradoria-Geral do Estado um procurador de carreira, o governador vai para o confronto.

Impossível a presidente Dilma não saber que seria vaiada no Itaquerão, ou no Lulão, como querem alguns. As manifestações dos últimos tempos foram sinais mais do que evidentes. Estava escrito nas estrelas que os brasileiros utilizariam a abertura da Copa, aproveitando as atenções de todo o mundo para desafogar suas insatisfações.

Vaias em estádios de futebol contra autoridades não chegam, obviamente, a ser uma novidade. Nelson Rodrigues falava que torcedor vaia até minuto de silêncio. Mas, a presidente Dilma talvez não esperasse o nível dos xingamentos. E eles foram eloquentes e duros. Gritos que correram o planeta, capazes de abalar quaisquer convicções.

Uma curiosidade postada no site do Governo do Estado chama atenção. É que a Escola do Servidor Público do Estado da Paraíba (Espep), que oferece vários cursos para o funcionalismo, decidiu promover um em especial: “Introdução à Defesa Pessoal”. E explica que seria para o servidor aprender a “deferir uma reação física” a um ataque de bandido.

É como armar o cidadão pra enfrentar a violência. É surpreendente, porque as orientações da Secretaria de Segurança Pública são no sentido de que o cidadão nunca deve reagir, por exemplo, diante de um assalto. O bandido, como se sabe, não tem nada a perder. A orientação é que, em caso de reação, o cidadão corre o risco de ser assassinado pelo bandido.

Impressiona o esforço que fazem o governador Ricardo Coutinho, de um lado, e o senador Cássio Cunha Lima, do outro, para tirar do páreo a candidatura do ex-prefeito Veneziano. Obviamente, o assédio tem cumplicidade com alguns peemedebistas, do contrário esse tipo de operação não teria como prosperar. Mas, é relevante observar que a retirada da candidatura de Veneziano não uniria o PMDB em torno de um único projeto.

Ou seja, o partido jamais marcharia unido com Ricardo ou com o senador Cássio. Ora, existem problemas paroquiais praticamente instransponíveis nos municípios. Um exemplo: em Guarabira, não há como unir num mesmo projeto eleitoral o grupo Paulino e o prefeito Zenóbio Toscano. Da mesma forma que, em Patos, são inconciliáveis o grupo da prefeita Chica Mota, incluindo ai o deputado Hugo Mota, com o ex-prefeito Dinaldo Wanderley.

Mais um capítulo no evangelho do governador Ricardo Coutinho, segundo o qual a Paraíba só começou em 2010. É surpreendente uma de suas últimas declarações à Imprensa, quando indagado sobre os problemas na área de segurança pública: “Ora, quem pode ignorar que houve melhorias? Hoje, os policiais têm viaturas, armas, contam com treinamentos e promoções…”

É o caso de se perguntar: e antes não tinha, não? A proposito desse espírito AR (antes de RC) e DR (depois de RC) do governador, um coronel da PM provocou o Blog, com uma observação pra lá de curiosa: “Com certeza a Policia Militar, por exemplo, com mais de 180 anos de existência, nunca teve este material, e os PMs nunca foram nem treinados nem promovidos. É demais!”

Mais um confronto à vista entre o Governo Ricardo Coutinho e a Assembleia. Os deputados acabam de votar, nessa última sessão antes do recesso parlamentar, emenda aumentando de 5% para 6% o percentual de aumento destinado aos funcionários da Universidade Estadual da Paraíba. O governador, como se sabe, já se manifestou contra esse reajuste.

Segundo o deputado Raniery Paulino, o aumento visa contemplar “pelo menos o índice inflacionário de aproximadamente 6%”. A matéria ainda poderá ser vetada pelo governador. Nesse caso, voltará para os deputados apreciarem o veto. Caso isso ocorra, a tendência será a derrubada do veto, já que a bancada de oposição tem, atualmente, cerca de 26 votos, contra dez do governador.

Policiais e bombeiros militares realizam, próximo dia 26, um ato público seguido de uma caminhada pelo centro do Campina Grande, em protesto contra a política de segurança pública do Governo Ricardo Coutinho. A decisão foi tomada, ontem ( dia 10), durante uma reunião realizada na Associação dos Cabos e Soldados, em Campina Grande.

Segundo o Coronel Francisco, presidente do Clube dos Oficiais, “já passaram três anos e seis meses, e o governador jamais se dignou a responder os pedidos reiterados por uma audiência do Fórum dos Servidores, para debatermos, não apenas os problemas relativos aos policiais e bombeiros militares, mas as demais categorias, ele não quer dialogar”.

A Justiça acaba de negar recurso do Governo do Estado e determinou que seja mantido o plano de cargos dos funcionários do DER. A decisão é do juiz João Batista Barbosa, convocado como desembargador e relator do processo. Em sua decisão, o magistrado pontuou que “o papel do Judiciário é fazer Justiça, e não aplicar a lei, simplesmente”.

O Governo Ricardo Coutinho tentou retirar duas conquistas da categoria: primeiro, suprimir o salário-mínimo como balizador de atualização salarial, depois derrubar o plano de cargos, carreira e remuneração, em vigor há doze anos. Segundo o magistrado, “depois de doze anos acobertada como coisa julgada, desnudar a sentença desse cobertor é ofender, de forma patente, o princípio da segurança jurídica”.

É bem possível que não passe em brancas nuvens o escândalo verificado no Hospital de Trauma de Campina Grande, quando um cadeirante e seu acompanhante foram covardemente agredidos por seguranças, na entrada do hospital. O Ministério da Saúde está enviando auditores ao Estado, para investigar a extensão do escândalo.

O Ministério da Saúde já cobrou do Governo do Estado um relatório do episódio, para analisar que reais providências foram tomadas contra os responsáveis pela agressão. Mas, no paralelo, o MS pretende conduzir a sua própria investigação. Há poucos dias, quando esteve em João Pessoa, o ministro Artur Chioro (Saúde) revelou sua estupefação com o episódio.