Durante a reunião realizada este sábado (dia 29), em Mamanguape, o senador Cássio Cunha Lima confirmou que será candidato a governador, algo que toda a Paraíba obviamente já sabia, mas que ele ainda não havia verbalizado oficialmente: “O PSDB tem todo o direito de ter um candidato a governador, e estou me propondo a esse desafio.”

Na sequência, deu o troco ao governador Ricardo Coutinho, que tem cobrado dele explicações para ter rompido sem motivo: “Não tenho satisfação a dar a Ricardo Coutinho. Aliás, ele precisa acabar com essa mania que todo mundo tem que dar satisfação a ele, como se todos tivessem obrigação de lhe render homenagens, e ele fosse o centro do mundo.”

Indiferente ao tiroteio entre o governador Ricardo Coutinho e o senador Cássio Cunha Lima, o ex-prefeito Veneziano iniciou o final de semana, pontuando que a aliança do seu partido, o PMDB, com o PT já em primeiro turno deverá se dar “sem quaisquer imposições. Nossa relação com o PT é muito mais fácil, até pelo tempo de convivência, do que se possa imaginar.”

E acrescentou: “O PT esteve com o PMDB em duas eleições com o presidente Lula, com a presidente Dilma, nas eleições estaduais, desde 2002, aqui na Paraíba, com Roberto Paulino, e com Maranhão em duas ocasiões; conviveu comigo em Campina Grande, e durante sete anos e meio nós fizemos um trabalho de mais de três mil obras e ações com a presença e a marca do PT.”

O final de semana iniciou em temperatura máxima. Neste sábado, o governador Ricardo Coutinho foi a Sertãozinho, após périplo por Mamanguape e Curral de Cima, e inaugurou um sistema de abastecimento d’água. Durante seu discurso, ele voltou a alfinetar o senador Cássio Cunha Lima, afirmando que tido prometida por seu antecessor, mas “ficou só na promessa”.

E pra não perder viagem, voltou a repetir o bordão que tem utilizado, sempre que é questionado sobre o rompimento do senador Cássio: “O povo não quer tapinha nas costas, quer é trabalho, e toda a Paraíba está vendo que, até o momento, eles não apresentaram uma só justificativa plausível para terem rompido, e isso será cobrado no momento certo pela população”.

Poderia ser meramente um episódio isolado se ficasse apenas em Lúcio Flávio Vasconcelos, um dos aliados de primeira hora do governador Ricardo Coutinho. O problema é que praticamente todos aqueles que contribuíram para sua trajetória política, desde que iniciou como vereador, foram defenestrados. A lista é imensa.

Por isso, quando Lúcio Flávio postou no Facebook, esta sexta-feira (dia 28), comunicando que não ocupa “mais nenhum cargo no governo da Paraíba” e, com isso, concretizava seu afastamento com Ricardo Coutinho, ele apenas foi mais um na lista de seus ex-amigos. Dessa lista fizeram parte Alexandre Urquiza, Bira, Luciano Agra…

O ex-prefeito Veneziano afirmou, nesta sexta-feira (dia 28), que, se for eleito governador da Paraíba, vai acabar com as terceirizações promovidas pelo governador Ricardo Coutinho na área de saúde pública: “Como todos sabemos, a iniciativa privada visa o lucro. Ao terceirizar, o governador mostra que não confia nos servidores estaduais.”

E acrescentou: “Leve-se em conta que o Hospital de Trauma Humberto Lucena, que era administrado com R$ 4 milhões mensais. Hoje, o hospital recebe R$ 8,8 milhões, ou seja, o Estado tem que pagar R$ 8,8 milhões à Cruz Vermelha.Temos servidores competentes que poderiam administrar muito bem essas unidades de saúde, como sempre ocorreu.”

O Governo Ricardo Coutinho acaba de sofrer novo surto privatista. Segundo o Diário Oficial do Estado, o Governo decidiu terceirizar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Santa Rita com uma empresa conhecida como Associação Brasileira de Beneficência Comunitária (ABBC), por um valor que supera os R$ 10 milhões.

O contrato, de um ano, com parcelas mensais de R$ 861.752,63, será celebrado com dispensa de licitação (nº 005/2014). Não é a primeira unidade de saúde que o governador RC decide terceirizar. A maior delas, sem dúvida, é o Hospital de Trauma. Em três anos de contrato, a Cruz Vermelha gaúcha já receber mais de R$ 250 milhões.

Coube ao deputado Ruy Carneiro, presidente estadual do PSDB, rebater declarações do governador Ricardo Coutinho, que acusou o senador Cássio Cunha Lima e seus aliados de terem uma atitude “oportunista”, por só romper com seu Governo no último ano. Segundo Ruy, “quem é do PSB não pode falar nesses termos, pois fez pior”.

E acrescentou: “O PSB do governador Ricardo Coutinho passou os oito anos do Governo Lula e mais três anos a presidente Dilma, e só então decidiu romper para lançar um candidato à Presidência. Se o governador quer dizer que o PSDB é oportunista, mais oportunista ainda é o partido dele porque não foram três anos, mas foram onze.”

O governador Ricardo Coutinho voltou a emitir farpas contra o senador Cássio Cunha Lima e seu gripo, por terem se mantido em seu Governo por mais três anos, e só anunciarem rompimento no último ano de sua gestão. Ricardo considerou a atitude como “oportunista”, e afirmou que toda a Paraíba irá fazer seu julgamento em relação a esse comportamento.

“Não fui sou eu que vi esse comportamento, mas toda a Paraíba está percebendo, de rompimento sem, até agora, ter explicado as razões”, acrescentou o governador, após mais um de seus aliados, o deputado Edmilson Soares anunciar afastamento de sua bancada, para seguir a orientação do senador Cássio, em que deve votar nas eleições de outubro.

Durou pouco a alegria dos funcionários do DER. O Governo Ricardo mandou suspender o pagamento do duodécimo com reajuste, conforme ficou acertado com o superintende Carlos Pereira de Carvalho, desde o mês de janeiro. Resultado: os servidores, que esperaram longamente pela implantação do ajuste, ficaram revoltados com a sua retirada.

Na proposta que o governador tinha fechado com o DER, seria descongelado, em fevereiro, o duodécimo dos servidores com valores inferiores a R$ 500. No mês seguinte, estendido àqueles com duodécimos até R$ 1 mil. Em abril, para todos o grupo restante. Foi ai que os sindicalistas descobriram o acordo e decidiram denunciar RC, por discriminar os demais servidores.

O governador Ricardo Coutinho confirmou, nesta quinta-feira (dia 27), a demissão de comissionados em sua gestão. RC não precisou o número de exonerações, mas afirmou que serão afastados aqueles que não apoiam mais seu Governo. O Estado tem, atualmente, perto de seis mil comissionados, incluindo efetivos que ocupam cargos de confiança.

Ricardo considera as demissões um processo normal: “Há aqueles que deixarão o Governo para disputar as eleições deste ano, e há aqueles que foram indicações de aliados, como os deputados, que deixaram a base do Governo.” A propósito, o governador sofreu sua quinta baixa na Assembleia, após o deputado Edmilson Soares formalizar saída de sua bancada.