O Blog recebeu a informação de que o governador Ricardo Coutinho incorporou, recentemente, mais 15 policiais à sua guarda pessoal. O Comando da PM ainda não se pronunciou sobre o caso, mas assessores, que preferiram não se identificar, informaram que se “trata de uma operação de rotina, desde que o governador RC assumiu”.

O governador tem demonstrado preocupação com sua segurança pessoal, talvez diante de algumas manifestações claramente hostis, como ocorreu recentemente no Brejo, por conta da promessa de realização de estradas não concretizadas. Além do aumento da guarda pessoal, sua comitiva é integrada por três veículos (o seu, e dois de escolta), todos blindados.

A ironia costuma pregar peças. Uma delas atingiu precisamente o ex-candidato a prefeito de Campina Grande, Artur Almeida (Bolinha), ora filiado ao PSB do governador Ricardo Coutinho. Tudo começou quando ele criticou ferozmente setores da oposição, incluindo ai o senador Cássio Cunha Lima, por denuncias uma escalada de violência na cidade.

Naquele momento, a deputada Daniella Ribeiro e o ex Walter Brito tinha sido assaltados em Campina. Daniella duas vezes. Artur afirmou que tudo não passava de invencionice da oposição. Mas, eis que a ironia aconteceu… A Loja Matildes, de sua propriedade, foi assaltada na semana passada, em plena luz do dia. Os bandidos fizeram um verdadeiro arrastão.

Pelo que circula no Fórum dos Servidores Estaduais, devem iniciar nas próximas semanas, uma temporada de paralisações e protestos da parte do funcionalismo. A primeira categoria a parar as suas atividades será o pessoal o Fisco. Os auditores e fiscais do Estado não “engoliram” o aumento de 5% dado pelo governador Ricardo Coutinho em janeiro.

A paralisação do Fisco está programada para a próxima quarta-feira (dia 19). Será uma advertência, preparando para uma mobilização mais ampla, envolvendo outras categorias. A decisão da paralisação ocorreu durante assembleia realizada, na noite desta quarta (dia 12), quando a categoria externou toda a indignação contra o percentual do reajuste.

É curiosa essa resistência do governador Ricardo Coutinho em nomear os concursados da Polícia Civil. Eles que foram às ruas protestar, mais uma vez. Primeiro, porque há uma recomendação da Justiça para que os aprovados sejam nomeados. Depois, há um déficit de mais de cinco mil (segundo o próprio RC) policiais civis no Estado.

O governador alega que não promove a nomeação dos concursados (e aprovados) por conta das limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita os gastos com pessoal em 49% das receitas estaduais. Sim, mas se há limitações dessa ordem, por que lançou recentemente concurso para a Polícia Militar?

Durante a reabertura dos trabalhos legislativos, em fevereiro, o governador (foto) anunciou na Assembleia realização do concurso público para a Polícia Militar…

Centenas de concursados (e não nomeados) para a Polícia Civil promoveram, nesta quarta-feira (dia 12) chuvosa, manifestação, que iniciou no Colégio Lyceu e terminou em frente ao Palácio da Redenção, para cobrar as suas nomeações. Eles participaram de um concurso em 2008, que oferecia mais de 1.100 vagas e houve 1,5 mil aprovados…

Mas, apenas 250 deles foram nomeados pelo Governo. O concurso terá sua validade expirada em junho deste ano, e os concursados cobram uma posição do governador, uma vez que a Justiça já determinou, inclusive, sua nomeação. O Estado tem uma carência de sete mil policiais civis, conforme já admitiu o próprio Ricardo Coutinho.

A sessão de hoje (dia 12) na Assembleia registrou um mural de imagens apresentado pelo deputado Anísio Maia, exibindo a situação de abandono em que se encontram várias rodovias estaduais, inclusive algumas em que o governador RC anunciou ordem de serviço para recuperação. Foi o caso da PB-111/115, que liga Cacimba de Dentro a Araruna.

“Essa estrada teve a ordem de serviço assinada pelo governador em outubro do ano passado, e já passaram seis meses, mas nada foi feito”, afirmou o deputado, ironizando: “Outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março, esperando o papel funcionar, mas não funcionou. Esse é um Governo do papel, das promessas e nada mais.”

Parece uma reação em cadeia, desde o rompimento do senador Cássio Cunha Lima. Primeiro, foi o deputado Carlos Dunga (PTB), que anunciou, ontem (dia 11), desligamento da bancada do governador Ricardo Coutinho pra anunciar apoio a Cássio. Na sessão de hoje, foi a vez da deputada Iraê Lucena que, inclusive, foi secretária do Governo RC.

Em seu anuncio, ela pontuou: “Bom, a partir do momento que no PSDB tivemos uma reunião da Executiva onde se discutiu escutar a população através de encontros regionais no sentido de apoiar ou não a candidatura própria de Cássio, eu acho que é uma posição de respeito (em relação a Ricardo). Eu vou me afastar das recomendações e da bancada de governo.”

Vamos combinar: a presidente Dilma foi extremamente deselegante (para dizer o mínimo) com o PMDB da Paraíba, quando rejeitou a indicação unânime do partido, compreendendo ai as bancadas do Senado e da Câmara Federal, do senador Vital Filho para o Ministério da Integração Nacional. E ficou ainda pior quando ofereceu a mesma pasta para o senador cearense Eunício de Oliveira.

Ficou feio, porque a sua estratégia seria afastar Eunício da disputa ao Governo do Ceará, para agradar ao atual governador Cid Gomes, em baixa nas pesquisas. Ora, o que se pretende então não é ter um ministro eficiente, mas o ocupante de cargo para atender a determinadas necessidades eleitorais. Passou a impressão de um imenso balcão de negócios usando a distribuição de ministérios.

Não é mais novidade o aprofundamento da crise entre o PMDB e o PT no plano nacional. A primeira sequela da crise foi a aprovação, na Câmara Federal, de uma comissão especial para apurar fraudes envolvendo a Petrobrás na Holanda. Um dos artífices dessa crise na Câmara, pelo lado do PMDB, é o líder Eduardo Cunha…

E um dos seus maiores aliados dessa causa tem sido precisamente o deputado Manuel Júnior. O paraibano foi dos primeiros a se solidarizar com Eduardo Cunha, ante a iniciativa da presidente Dilma de tentar isolar o líder. Para Júnior, as críticas que o líder tem feito apenas refletem o pensamento da maioria da bancada, “ante o tratamento dispensado pelo Palácio do Planalto”.

Acentua-se a crise entre girassóis e tucanos, tendo a Prefeitura de Campina Grande como mote. Ontem, (terça, dia 12), o vice-prefeito Ronaldo (irmão do senador Cássio) Cunha Lima abriu fogo contra o governador Ricardo Coutinho, a quem acusou de usar o vereador e sindicalista Napoleão Maracajá para tentar desestabilizar a gestão do prefeito Romero Rodrigues.

Mal iniciou o dia de hoje (quarta), foi a vez do secretário José Araújo (Comunicação, Campina Grande) acusar o governador de boicotar Campina Grande, excluindo um representante da cidade na reunião para discutir Segurança Pública. O representante seria Ronaldo Filho. E a crise deve se agravar com a chegada prevista do senador Cássio nesta sexta, 14. A previsão é de mais trovoadas.