Enquanto perdura o impasse na relação bipolar com o governador Ricardo Coutinho, o senador Cássio Cunha Lima segue uma maratona de reuniões com lideranças políticas. Entre a tarde e a noite desta segunda-feira (dia 17), o tucano recebeu a presença de pelo menos 15 prefeitos, vários deputados e diversos vereadores.

Pelo menos três deputados foram vistos no escritório do senador, localizado no centro de João Pessoa: Domiciano Cabral e Assis Quintans (Dem) e Branco Mendes (PEN). Como se sabe, o Dem do secretário Efraim Morais (Infraestutura) mandou, recentemente, recado à praça, que seu partido irá apoiar o candidato que oferecer participação na chapa majoritária…

A romaria entrou noite a dentro, e levou, inclusive, o senador adiar seu retorno a Brasília, para receber os visitantes.

Enquanto segue a novela da relação bipolar entre o governador Ricardo Coutinho e o senador Cássio Cunha Lima, os servidores decidiram voltar às ruas. O Fórum dos Servidores promete realizar, nesta quinta-feira (dia 20), um protesto em frente à Granja Santana, residência oficial do governador, contra “o desmantelamento do serviço público”.

Segundo os dirigentes do Fórum, “um dos objetivos da manifestação é alertar os paraibanos sobre os prejuízos que o Governo de Ricardo Coutinho tem trazido à Paraíba, que enfrenta um caos generalizado, situação motivada pelo modelo inoperante de gestão adotado, um Governo marcado por perseguição ao funcionalismo de forma indiscriminada”.

O ex-secretário Lúcio Flávio Vasconcelos que, recentemente, foi demitido da Chefia de Gabinete pelo governador Ricardo Coutinho via mensagem de celular, está voltando para a Universidade Federal da Paraíba. Conhecido pela fidelidade “ao chefe”, Lúcio Flávio não esconde mais sua mágoa do Mago, segundo relataram ao Blog seus colegas de UFPB.

Lúcio, que tem enfrentado problemas pessoais, decidiu retornar à Universidade logo após o Carnaval, por “não suportar mais a convivência com Ricardo Coutinho”. Lúcio arcou praticamente sozinho com o chamado escândalo da Gastança da Granja, como ordenador de despesas, e não admite ter sido “abandonado pelo chefe” quando mais precisava.

Há poucos dias, segundo confessou a alguns amigos, Lúcio Flávio recebeu um telefonema “de solidariedade” do senador Cássio Cunha Lima.

A surpresa da Procuradoria-Geral do Estado, no final da tarde desta segunda (dia 17), foi o pedido de demissão de Mônica Nóbrega Figueiredo, procuradora-geral adjunta. Segundo a Associação dos Procuradores do Estado (Aspas), Mônica teria pedido exoneração “por não concordar com a política do procurador-geral Gilberto Carneiro em relação aos procuradores”.

Nos últimos dias, intensificou-se o embate dentro da PGE. Os procuradores de carreira chegaram a iniciar um movimento de “Fora Gilberto Carneiro, você não nos representa”. O caso chegou à polícia, na semana passada, depois que os manifestantes denunciaram os assessores da PGE de haverem entrado em confronto para retirar as faixas “na marra”.

Cercada de muitas expectativas a reunião do senador Vital Filho com o prefeito Luciano Cartaxo, na manhã desta segunda (dia 17). O pretexto do encontro foi uma emenda do senador para ações na área de saúde do município. Mas, a verdade é que PMDB e PT começam efetivamente a trabalhar uma aliança visando as urnas de outubro.

E por várias razões. De prima, o Palácio do Planalto anda preocupado com as conversações de setores do PMDB com o PSDB do senador Aécio Neves. A ideia é evitar que avancem. Depois, o iminente lançamento da candidatura de Cássio Cunha Lima ao Governo impõe uma nova geografia para a disputa, que obriga os dois partidos a dialogarem para uma aliança já.

Clima tenso no Brejo, depois que a juíza Inês Cristina, da cidade de Alagoinha, mandou prender todo o destacamento policial da cidade de Mulungu. Tudo começou quando a magistrada mandou que os policiais detivessem um suspeito. Eles se recusaram, alegando que não tinha o devido mandado judicial. Foi o suficiente para a juíza dar ordem de prisão contra os policiais.

A ação da magistrada despertou intensa revolta na corporação. O Coronel Jarlon Cabral distribuiu, neste domingo, uma extensa nota de repúdio, em que condena “repudiar as atitudes arbitrárias da juíza”. Ele pede uma ação imediata do Comando da Polícia Militar, contra arbitrariedade e “o absurdo de ilegalidade” praticado, segundo o oficial, pela magistrada.

A verdade é que o governador Ricardo Coutinho já começa a admitir o rompimento do senador Cássio Cunha Lima como fato consumado. O que mais levaria o governador a confirmar, publicamente, que marcou seis reuniões com o tucano e, nas seis vezes, foi desdenhado? Ao revelar os bastidores de uma crise na relação bipolar com o senador, Ricardo escancara o distanciamento.

O que levaria também seu filho, Rico Coutinho, a publicar no facebook: “Uma pena ver o PSDB, sem qualquer motivo concreto, se distanciando do projeto que ajudou a eleger e do qual ainda faz parte, quase 3 anos e meio depois”? Somente a certeza da iminência estimularia a franqueza que está nessas manifestações. Se houvesse esperanças, certamente textos assim não seriam publicados.

O governador Ricardo Coutinho está mesmo determinado a tentar reaver seu prestígio eleitoral em João Pessoa. Após anunciar várias obras (na verdade, assinar ordens de serviço), o governador decidiu investir pesado na Câmara Municipal, na esperança de formar sua própria bancada de oposição ao prefeito Luciano Cartaxo.

Nas últimas horas, RC escalou o vereador Renato Martins (PSB), para tentar atrair alguns vereadores. Até onde o Blog pode apurar, foram sondados os vereadores Djanilson da Fonseca e Marco Antônio (PPS), Chico do Sindicato (PP), Sérgio da Sac (PSL), Professor Gabriel (SDD). O governador sinalizou para atrair os quatro em bloco.

Terminou na Delegacia de Polícia (2ª Distrital) o embate entre servidores comissionados da Procuradoria-Geral do Estado e procuradores representantes do movimento intitulado “Fora Gilberto Carneiro. Você Não Nos Representa”. Tudo começou quando os comissionados retiraram “na marra” faixas do movimento, na Praça dos Três Poderes e outros pontos de João Pessoa.

Os procuradores prestaram um Boletim de Ocorrência (BO) e deverão publicizar, nos próximos dias, os nomes dos comissionados que, segundo eles, agiram “com truculência”, tentando impedir o movimento de atuar livremente: “A iniciativa atentou contra princípios constitucionais do cidadão de ir e vir e de protestar, desde que de forma pacífica e ordeira como foi o caso relatado.”

O governador Ricardo Coutinho conseguiu importante vitória no Tribunal Regional Eleitoral, em ação que pedia sua cassação por uso da máquina nas eleições de 2010. RC era acusado de ter distribuído benefícios para 500 famílias em ano eleitoral e ter contratado, de forma abusiva, 13 mil servidores sem concurso público.

Em sua defesa, Ricardo alegou que não era mais prefeito quando os atos foram cometidos, e repassou a responsabilidade para o ex-prefeito Luciano Agra. No final, o juiz Tércio Chaves, relator do processo, acompanhou parecer do Ministério Público Eleitoral e pediu a absolvição do governador, alegando provas insuficientes nos autos.