Seria paranoia do PMDB ou Governo Ricardo Coutinho e PSDB querem tirar o ex-prefeito Veneziano da disputa de outubro? Nos últimos dias, o noticiário tem sido implacável com o Cabeludo. Num dia, ricardistas admitem conversas com o PMDB para se aliar contra um eventual rompimento do senador Cássio Cunha Lima…

No outro, alguns cassistas admitem entendimentos com o PMDB para a formatação de uma aliança em torno do senador tucano. Aliás, até mesmo segmentos do próprio PMDB (talvez refratários à candidatura de Veneziano) andaram especulando a possibilidade de alianças, ora com o PSB de Ricardo, ora com o PSDB de Cássio.

Não é segredo para ninguém na Paraíba que o maior problema que o governador Ricardo Coutinho enfrenta, hoje, é a eterna ameaça de rompimento do senador Cássio Cunha Lima. É uma espada permanentemente sobre sua cabeça. Mas, a maior responsabilidade dessa ameaça constante é o próprio Ricardo Coutinho.

Claro que é. Se o seu Governo estivesse bem junto à opinião pública, certamente o senador Cássio não estaria sinalizando com ameaça de rompimento. Em política, nenhum adversário, por mais poderoso que seja, rompe com um Governo que está bem. É risco até quando vai mal. Ninguém vai contra a maré popular. Essa é a regra.

O senador Cássio Cunha Lima quer ser candidato? Provavelmente, sim. E Por quê? Primeiro, porque é intensa a cobrança de aliados seus que votaram a seu pedido em Ricardo Coutinho, nas eleições de 2010, estão decepcionados e já avisaram que não votam mais. Depois, certamente não digeriu a cassação de 2009 e deseja retomar o mandato que lhe foi tomado.

E por que não anunciou ainda? Bem, existe a dúvida cruel em relação à sua elegibilidade. Não é matéria pacífica, apesar dele sempre repetir, usando os seus dotes jurídicos, que se considera elegível. Mas, a verdade é que não tem a certeza. Se tivesse, já teria se apresentado formalmente com o candidato. Cássio sabe que não poderá demorar muito pra decidir.

João Pessoa subiu uma posição no ranking… Passou de 10º para 9º no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo, conforme estudo divulgado esta manhã (dia 21), pela ONG mexicana Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública y la Justicia Penal (Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, do México).

João Pessoa registrou, segundo a ONG, uma taxa de 66.92 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, ao longo de 2013. No ano anterior, essa taxa alcançava 71.59. O detalhe é que em 2010, João Pessoa figurava apenas em 29º nesse mesmo ranking, com uma taxa de apenas 48,64. Outro detalhe foi o ingresso de Campina Grande no ranking das 50 mais violentas do mundo.

“O presidenciável tucano Aécio Neves negocia a formação de palanques com o PMDB em Estados onde o partido do vice-presidente Michel Temer não se entende com o PT”. É o que garante o Blog do Josias, no site UOL. Em matéria publicada hoje, o jornalista cita os Estados do Ceará e da Bahia como possíveis de uma aliança entre PSDB e PMDB, adversários históricos.

Mas não seria de todo precipitado pensar essa aliança aqui na Paraíba. O próprio pré-candidato ao Governo pelo PMDB, Veneziano, já cogitou a possibilidade de união com os tucanos, mas pôs como condição o rompimento de Cássio com Ricardo Coutinho (PSB), e o apoio à sua candidatura. Veneziano oferece a vice e a senatoria para compor sua chapa.

Numa Paraíba conflagrada com 4.759 homicídios em três anos girassóis, segundo estatísticas oficiais (significa que o número pode ser bem maior), foram duas mortes registradas no final de semana que me revelaram a verdadeira miséria em que vivemos. A primeira delas: foi em Cabaceiras, Cariri, quando um homem morreu de… fome.

A outra morte: cidadão faleceu no Pedregal, em Campina Grande, por falta de assistência médica. Após passar mal, seus familiares chamaram o Samu, que desdenhou da urgência. Morreu sem ter tido a chance do socorro médico. Na verdade, dois mártires dessa miséria em que vivemos: Valdic, de fome. Damião, por omissão. Uma vergonha.

Interessante estudo foi produzido pelo jornalista José Roberto de Toledo, publicado pelo jornal Estadão, e traz a relação dos governadores e suas chances de disputa nas eleições de outubro. Toledo se fundamenta em pesquisas do Ibope, mostrando a diferença entre o percentual de ótimo/bom e péssimo/ruim, para analisar a chances na disputa de outubro dos que irão, é claro, para reeleição.

Ele dividiu em três grupos: os governadores que tem um saldo positivo maior ou igual a 45%, com excelentes chances de reeleição. Lidera esse grupo Omar Aziz, PSD do Amazonas. O segundo, daqueles com saldo entre 31% e 38%, com boas chances. No terceiro pelotão, com saldo em 0% e 18%, “numa zona arriscada” está o governador Ricardo Coutinho…

O governador Ricardo Coutinho deve esticar até 5 de abril a permanência de dois secretários, que são deputados, e devem retornar seus mandatos para disputar a reeleição em 5 de outubro: Manuel Ludgério (Articulação Municipal) e Adriano Galdino (Casa Civil). Além deles, Guilherme Almeida deve deixar a Secretaria de Agricultura de Campina Grande.

Com o retorno dos três, voltam à condição de suplentes os deputados Hervázio Bezerra, Assis Quintans e Iraê Lucena. Hervázio é o caso mais complicado, porque, com a saída dele, o governador perde o seu líder na Assembleia. Não será fácil convencer algum deputado de sua base se licenciar para manter Bezerra na Casa, num ano eleitoral.

O prazo para apresentação de emendas à LOA foi encerrado na manha desta sexta (dia 17). Apenas duas emendas foram apresentadas. E as duas se confrontam. A primeira, de nº 400, subscrita pelo deputado Caio Roberto, relator do projeto, remaneja de R$ 16.538.500,00 da Secretaria de Comunicação para a Secretaria de Saúde.

A segunda, nº 401, do deputado Lindolfo Pires (e subscrita pela bancada do Governo Ricardo Coutinho), remaneja R$ 15,5 milhões da Defensoria Pública para a Secretaria de Saúde. A emenda dos governistas vai contra recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que havia suspendido a votação da LOA, exatamente para o Governo repor os recursos da Defensoria.

Em 2010, o então candidato Cássio Cunha Lima decidiu apoiar Ricardo Coutinho na disputa ao Governo do Estado, passando por cima de uma pretensão do senador Cícero Lucena. Ou seja, não precisou consultar o partido para tomar a resolução. Mas, agora, para decidir se rompe ou não com o governador Ricardo Coutinho, diz que vai ouvir o partido.

“qualquer que seja a decisão tomada agora em 2014 – manter a aliança com RC ou romper a aliança – como ele (Cássio) conseguirá convencer os paraibanos de que tem um discurso coerente?”, é, em suma, o que indaga o professor aposentado Jônatas Frazão, que tem, frequentemente, tem brindado os leitores com sua análise política, no artigo “E agora, Cássio? Como manter a coerência do discurso?”