O deputado Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia, decidiu abrir o jogo. Durante visita ao Sertão, descartou que seu partido, o PEN, faça parte do chamado “blocão”, o que foi uma surpresa. Representantes do PT, PP e PSC davam o partido como integrante do grupo. Ele afirmou que ainda vai avaliar. No entanto, a revelação mais bombástica, porém não surpreendente, veio depois…

Ricardo Marcelo adiantou que não tem qualquer possibilidade de apoiar a reeleição do governador Ricardo Coutinho: “Tenho avaliado friamente e cheguei à conclusão de que nada tem funcionado direito neste Governo. Eu faço a opção de ficar do lado do povo e não de palácio. Não tem como conviver com uma pessoa que não tem respeito, acha que o sol nasceu só para ele”.

O presidente da Assembleia, que está aniversariando hoje, também comentou o incidente envolvendo deputados da Comissão de Saúde e o secretário Waldson de Sousa…

Foi preciso que a chamada “Caravana da Saúde” fosse ao Hospital Arlinda Marques para os paraibanos tomarem conhecimento de que mais de 300 crianças deixaram de submeter a uma cirurgia, por falta de médicos anestesiologistas. Nas contas do procurador Eduardo Varandas (Trabalho), são sete cirurgias que deixam de ser realizadas todos os dias.

A informação foi, aliás, confirmada pelo diretor do hospital, Fabiano Alexandria. Ou seja,quem imaginava que o caos existia apenas no Hospital de Trauma, conforme imagens que foram divulgadas há poucos dias (graças à visita que deputados estaduais realizaram no local), vê agora que há uma endemia de má assistência no Estado.

A situação caótica no Arlinda Marques foi comprovada pelos deputados da Comissão de Saúde da Assembleia, e os procuradores federais Eduardo Varandas e José Guilherme Ferraz (Direitos do Cidadão)

Irônica mesmo a reunião que o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) está convocando em Brasília, nesta quarta-feira (dia 06), para, segundo sua assessoria, tentar conciliar o Governo do Estado e a Prefeitura de João Pessoa. Bela iniciativa de tentar unir o Estado em torno dos seus principais interesses. O problema é a demonstração de desunião patrocinada contra o senador Vital Filho.

Aguinaldo queimou a indicação Vital para o Ministério da Integração. É o que diz a edição desta terça-feira do Correio Braziliense, na coluna da jornalista Denise Rothenburg, sob o título “Caldo Grosso”.

Há uma máxima que diz: política e futebol não se misturam. E quando se misturam dá nisso. Dá no que se viu na conquista do Botafogo: o prefeito Luciano Cartaxo que acompanhou toda a cruzada do time pela Série D foi escanteado na entrega do troféu e o governador Ricardo Coutinho, que caiu de paraquedas na campanha vitoriosa, teve o galardão de entregar a taça de campeão.

O mais surpreendendo foi alguns dirigentes do Botafogo não “perceberem” que o governador passou todo o campeonato jogando na retranca, enquanto o prefeito acompanhava o time em sua marcha por vários Estados. No fim, esses dirigentes foram coniventes com um gol impedido do governador, após conveniente concentração com direito a lagosta na Granja Santana.

O PT está novamente em pé de guerra. Como, aliás, tem sido a marca do partido no Estado, especialmente quando se aproxima um processo eleitoral. Denúncias e troca de farpas pesadas. Como sempre. Agora mesmo o candidato Lenildo Morais acusa Charlinton Machado de rifar cargos no partido em troca de apoio…

Insinua até que o deputado Anísio Maia irá se licenciar para Peron Japiassu assumir, em troca de apoio. Noutra frente, o vereador Benilton Lucena aconselha o deputado Luiz Couto a “descer do muro”, e escolher entre deixar o partido e seguir o PSB do governador Ricardo Coutinho, ou permanecer e romper com essa aliança.

O deputado Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia, devolveu a ameaça do secretário Waldson de Sousa (Sousa), que prometeu processar os deputados estaduais, da Comissão de Saúde, que visitaram o Hospital de Trauma, na manhã desta quarta (dia 31): “Não adianta intimidar, porque ninguém tem medo de intimidação. E não vamos entrar nessa discussão pobre e piegas!”

E advertiu: “De forma nenhuma os deputados vão deixar de visitar hospitais do Estado. A nossa Comissão de Saúde tem autonomia plena para essas visitas e vai continuar. O propósito é levar para a população as informações de seu interesse. Se o Governo estiver acertando, vamos aplaudir. Do contrário, vamos mostrar o quadro à população.”

Apesar de pequenos incidentes pontuais, não existe (ainda) qualquer orientação do senador Cássio Cunha Lima para que aliados seus deixem o Governo Ricardo Coutinho, até o início do próximo ano. Como se sabe, RC deve promover uma reforma de seu secretariado, até janeiro, para substituir aqueles que serão candidatos às eleições do próximo ano.

Conforme declarações do presidente do PSB, Edivaldo Rosas, “não há qualquer motivo para o senador Cássio Cunha Lima romper com o governador Ricardo Coutinho, não há justificativa para uma candidatura dele agora, porque somos integrantes de um projeto que deu certo em 2010 e vai dar certo em 2014 e, em 2018, quando, ai sim, ele deve disputar o Governo”.

O deputado Anísio Maia postou, no final da tarde, as fotos que tirou dentro do Hospital de Trauma, durante a visita que os parlamentares realizaram para ver as condições daquela unidade hospitalar, na manhã desta quinta-feira (dia 31). Segundo Anísio, as fotografias “mostram a realidade em que se encontra o Hospital de Trauma”.

“O secretário Waldson de Sousa (Saúde) tentou me intimidar, dizendo que iria me processar, pois pode processar duzentas vezes. Ele queria me proibir de tirar as fotos, mas eu tirei porque entendo que a população merece saber o que está acontecendo num hospital que foi terceirizado pelo atual governador”, pontuou o deputado petista.

Nas fotos, é possível observar a situação em que se “ficam os pacientes no Hospital”.

Esta quinta-feira, dia 31, vai ficar marcada como Dia das Bruxas pelo menos para o Hospital de Trauma. Tudo começou com a visita do Conselho Regional de Medicina e os deputados estaduais. O secretário Waldson de Sousa (Saúde) tentou barrar os parlamentares e o clima ficou pesado e, por pouco, não terminou em pugilato e um trauma até maior.

No final da tarde, veio a informação mais bombástico: o deputado Manuel Júnior apresentou dados do Sagres (sistema do TCE), apontando que, em 2012, o Governo Ricardo Coutinho pagou R$ 129,6 milhões à Cruz Vermelha gaúcha, administradora do Hospital de Trauma. Isto significa que os repasses mensais foram da ordem de R$ 10,8 milhões.

O deputado Anísio Maia reagiu às declarações do secretário Waldson de Sousa (Saúde), que ameaçou processar os deputados que fizeram, na manhã desta quinta (dia 31), uma visita surpresa ao Hospital de Trauma: “E eu tenho medo de processo desse secretário? Pode me processar duzentas vezes, mas o País vai saber o que está ocorrendo dentro do Hospital de Trauma.”

Ainda dentro do hospital, o deputado chegou a bater boca com o secretário. Waldson se queixou: “Vocês deviam ter avisado que vinham fazer essa fiscalização.” Anísio: “Tá doido, secretário. Já viu fiscalização com aviso prévio? Agora, o que estou vendo aqui é um verdadeiro depósito de doentes, uma imoralidade, um crime o que vocês estão fazendo com essas pessoas!”