Mais reviravoltas na dança das filiações. Correu a informação, no final da tarde desta quinta (dia 3), que Edivaldo Rosas, presidente do PSB, teria se irritado com o deputado Tião Gomes, presidente do PSL, ao descobrir que o parlamentar vinha negociando, nos bastidores, com o senador Cássio Cunha Lima. Um risco para o caso do tucano ser candidato a governador.

Houve quem especulasse, inclusive, a possibilidade do ex-senador Ney Suassuna e a secretária Aracilba Rocha darem marcha à ré na filiação ao partido de Tião. Sabe-se que o PSL andou filiando aliados do senador Cássio em alguns redutos do Estado o que, numa eventual disputa entre o tucano e o governador Ricardo Coutinho pode ter consequências imprevisíveis.

São muitas revelações por minuto. No final da tarde, por exemplo, veio a informação de que o secretário Efraim Morais anunciou ter segurado toda a bancada do DEM (Quintans, Lindolfo Pires, João Henrique e Domiciano), que estavam a caminho do PS (Partido da Solidariedade). E, a propósito desse partido, houve uma surpresa…

Veio de Brasília a informação de que seu presidente, Paulinho da Força Sindical, teria acertado aliança com o PSDB de Aécio Neves e que, na Paraíba, o partido terá o comando discreto do senador Cássio Cunha Lima. Caso seja verdadeira a informação, confirmada por alguns interlocutores, será curiosa a convivência do deputado Benjamim Maranhão com o tucano no partido.

O prazo ainda corre para os interessados em mudar de partido, mas a verdade é que, até o momento, a legenda que mais ganha musculatura com os mutantes é o PSB do governador Ricardo Coutinho. Com uma curiosidade: RC foi buscar filiados até mesmo na cozinha do senador Cássio Cunha Lima. Algo do tipo, aliados, aliados, negócios à parte. Teria sido o caso do ex-deputado João Fernandes.

Há algumas surpresas nas filiações girassóis, como o reitor Thompson Mariz, que é um nome de peso e era especulado no PT. Caso também de Moacir (irmão do prefeito Romero) Rodrigues, caso se confirme, e até Artur Bolinha, este também muito próximo do senador Cássio. O caso de Buba Germano é curioso, porque se especulava sua ida pro PPS, onde está sua esposa, a deputada Gilma.

O deputado Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia, voltou à cena para mostrar que (alguns) desaforos ele não leva pra casa. Provocado pela Imprensa sobre declarações do governador Ricardo Coutinho, que acusou a Assembleia de gastar mais com viagens do que o Governo, Ricardo, o Marcelo, disse que não iria comentar “uma inverdade”.

No popular, afirmou que o governador mentiu ao promover esse tipo de acusação. Na verdade, é bom lembrar o estado de espírito de RC ao atacar o Legislativo. Coutinho fora indagado por alguns jornalistas sobre os gastos com o avião do Estado, o famoso King Air, que tem cruzado os céus do País, com alguma frequência, nem sempre para missões oficiais.

O governador Ricardo Coutinho agiu correto em defender uma investigação rigorosa nesse caso da denúncia do deputado Luiz Couto. Afinal, essa é uma história com muitos pontos soltos. Primeiro, Couto afirma ter recebido a advertência de estar na mira dos bandidos a partir de uma informação da Secretaria de Segurança Pública.

Logo depois, o Governo do Estado, através da Secretaria de Comunicação, negou em nota oficial que tivesse partido da Secretaria de Segurança o alerta para o petista. Mas, horas depois foi a própria Polícia Federal que revelou, também através de nota, ter sido cientificada do complô através da Secretaria de Segurança. Afinal, com quem está a verdade?

Foi certamente a demissão mais suspeita dos últimos tempos. Exonerar a ouvidora da Secretaria de Segurança, Valdênia Paulino Lanfranchi, um dia após a denúncia de um plano para seu assassinato é, no mínimo, estranho. Ainda que tenha sido “a pedido”, como está no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (dia 2). É estranho.

Especialmente por que foi Valdênia quem encaminhou um alentado dossiê ao governador, denunciando várias irregularidades, inclusive envolvendo o alto comando da Polícia Militar. Algo que, é bom lembrar, não deu em nada. Até onde a vista alcança, o governador não tomou qualquer providência para apurar e, eventualmente, punir responsáveis.

A presidente Dilma aprovou o nome do senador Vital do Rego Filho para o Ministério da Integração Nacional, mas sua nomeação só deverá ocorrer na virada do ano, quando pretende promover uma reforma em sua equipe de primeiro escalão. Foi o que noticiou o jornalista Gerson Camarotti, comentarista do Globo News e blogueiro do G1.

Enquanto não nomeia o titular, a presidente Dilma preferiu nomear como interino Francisco Teixeira, secretário de Recursos Hídricos do Ministério da Integração. Teixeira tem sido o responsável pelas obras da Transposição do São Francisco. O PMDB, porém, ainda tentará uma nova abordagem à presidente para efetivar Vital no cargo, antes do final do ano.

Não foi a primeira vez que o deputado Luiz Couto afirmou estar recebendo ameaças de morte, por ter pautado seu mandato denunciando a existência de grupos de extermínio na Paraíba. Mas, foi a primeira vez que terminou contestado pelo Governo Ricardo Coutinho, de quem é aliado de primeira hora. Talvez Couto não esperasse essa reação do Palácio da Redenção.

Como se sabe, o petista usou a tribuna da Câmara Federal para proferir um bombástico pronunciamento, na tarde dessa segunda (dia 30), denunciando uma operação para tirar sua vida e da ouvidora da Polícia, Valdênia Paulino Lanfranchi. Não ficou apenas na denúncia. Afirmou que a contratação das mortes foi orçada em R$ 500 mil, e parte dessa quantia (R$ 300 mil) já teria sido paga.

Fica a dúvida: houve ou não houve a ameaça de morte a Couto?

Sete cargos de primeiro escalão, afora um número não definido de cargos menores e, pelo que diz na praça, alguns interesses em comum. Esse o tamanho do senador Cássio Cunha Lima dentro do Governo Ricardo Coutinho. E, segundo se murmura dentro do PSB, Cássio teria de abdicar desse latifúndio dentro do Governo RC “se quiser ser candidato”.

A lógica seria a mesma adotada pelo governador Eduardo Campos (PE) em relação ao Governo Dilma Rousseff. Ante seus evidentes planos de disputar o Governo do Estado, em 2014, Cássio teria de seguir o exemplo de Campos. “A menos que, obviamente, o senador não queira ser candidato, como o senador Cícero Lucena e o deputado Ruy Carneiro vêm insistindo tanto”, diz o girassol.

Veja os cargos…

E o governador Ricardo Coutinho segue a sua sina de impopularidade. Na última sexta-feira (dia 27), RC foi estrepitosamente vaiado em Bayeux, apesar de estar inaugurando uma obra importante para a cidade, como foi o Binário. No final de semana, desistiu de subir no palco do Bregareia, em Areia, após ser avisado de que seria vaiado.

Nesta segunda, mais problemas. O governador voltou a ser vaiado em Santa Rita, quanto anunciava o projeto de construção do Hospital Metropolitano. RC ficou extremamente aborrecido com os apupos da assistência, e chegou a colocar a tropa de choque para dispersar os manifestantes. O governador atribuiu o movimento a uma ação do prefeito Reginaldo Pereira.

Reginaldo acusou RC de ser um “troglodita, que não sabe conviver democraticamente”.