O procurador Eduardo Varandas não deixa por menos. Após audiência pública realizada na Câmara Municipal, a Procuradoria do Trabalho intimou o prefeito Romero Rodrigues a prestar esclarecimentos sobre projeto encaminhado pelo Executivo, que privatiza 25 setores da Prefeitura de Campina Grande. A sessão deverá ocorrer no próximo dia 13.

“Como esse projeto encaminhado pelo prefeito e aprovado pela Câmara, a administração municipal será toda praticamente terceirizada. É impressionante, porque depõe contra vários dispositivos constitucionais, especialmente em áreas de atividades-fim como saúde, educação e segurança”, escandalizou-se o procurador-geral do Trabalho.

Mesmo após anunciar maioria na Assembleia, o governador Ricardo Coutinho sofreu nova derrota na Casa. A oposição conseguiu, com apoio de dois deputados governistas (Carlos Dunga e Doda de Tião), emplacar seis emendas à Medida Provisória 204. Com as emendas, o reajuste linear de 3%, dado pelo governador, saltou para 5,84%.

Além de praticamente dobrarem o percentual do reajuste, os deputados também derrubaram a chamada bolsa-desempenho que o governador concedeu ao pessoal do Fisco. Os servidores insistem em que o Governo precisa aplicar a Lei do Subsídio, que governador vem descumprindo desde a sua posse, em janeiro de 2011.

O Ministério Público da Paraíba demonstra extremo zelo pelo cumprimento das decisões judiciais. Agora mesmo, o procurador-geral, Oswaldo Trigueiro, revela que dará entrada, até a próxima sexta (que nem é treze), com pedido judicial para que os professores da UEPB cumpram o que determinou o pleno do Tribunal de Justiça, para o retorno às aulas.

Iniciativa digna de louvores. Mas, teria sido também importante que o MP da Paraíba apresentasse zelo similar em relação à decisão do Tribunal Superior de Justiça, que havia incorporado benefícios aos salários do pessoal do antigo Ipep. Os benefícios foram suprimidos pelo Governo RC e, desde então, 18 servidores já faleceram com problemas cardíacos.

Algo de podre

Vereadores de Santa Rita procuraram o Blog, para denunciar que o lixo hospitalar da cidade “talvez seja o mais caros do País”. Para ter uma ideia, enquanto João Pessoa, com vários hospitais, gasta em torno de R$ 80 mil, a Prefeitura de Santa Rita paga acima de R$ 40 mil.

Pode perder IFPB

Pedras de Fogo está na iminência de perder uma unidade do IFPB, com cinco cursos técnicos e dois superiores. Há recursos orçamentados junto ao Ministério da Educação, mas o prefeito Derival tem se recusado a ceder o terreno para a obra. O prazo para a doação encerra nesta sexta (dia 10).

Prefeitos adesistas

Vários prefeitos que admitiram adesão ao governador RC procuraram o ex-prefeito Veneziano e o ex Zé Maranhão pra dizer que era só teatro pra assinar convênio com o Governo. Pelo visto, os prefeitos fingem que adere e RC finge que tem os apoios.

Cássio já opinou

Não faz nem tanto tempo, o senador Cássio Cunha Lima comentou as adesões, afirmando que elas não ganham eleição: “Se ganhassem, Ronaldo (seu pai) tinha perdido para Braga. Ronaldo tinha meia dúzia de prefeitos quando foi candidato e ganhou…”

“O governador (Ricardo Coutinho) está negociando para aplicar R$ 8 milhões do Estado no Carnaval do Rio, mas não investiu um centavo no Maior São João do Mundo. Para ele, é mais importante aplicar o dinheiro da Paraíba no Rio de Janeiro, do que em Campina Grande.” O desabafo foi feito pela deputada Nilda Gondim.

Segundo a deputada, “nos dois primeiros anos de sua administração, o prefeito Veneziano procurou o governador para estabelecer uma parceria no São João, e nas duas vezes ele se negou a investir na festa, que é uma das maiores do Brasil e atrai turistas de todo o mundo, então se ele quisesse divulgar a Paraíba teria feito no São João”.

O deputado Raniery Paulino botou o bloco na rua e fez uma sugestão que promete incendiar a avenida do Governo Ricardo Coutinho: “Eu proponho que, em vez de gastar R$ 8 milhões no Carnaval do Rio, com a Escola de Samba Unidos da Vila Isabel, o Governo construa uma escola modelo em Guarabira e denomine de Zé Katimba. Até pra compensar as que ele fechou.”

Toda a polêmica começou depois que o governador RC iniciou entendimento com a Escola de Samba, para aplicar R$ 8 milhões e aproveitar a projeção do Carnaval do Rio de Janeiro para tentar divulgar a Paraíba e homenagear o compositor Zé Katimba, que é natural de Guarabira, e um dos parceiros de Martinho da Vila.

O governador Ricardo Coutinho não desiste de sua ofensiva para assumir o comando do MD (novo partido da Mobilização Democrática) na Paraíba. Primeiro, tentou junto ao governador Eduardo Campos, para convencer o presidente do antigo PPS, Roberto Freire, interferir para a deputada Gilma Germano ser presidente do partido.

Mas, diante das muitas dificuldades, e uma reação feroz, não apenas do PMN de Lídia Moura, mas também de setores do PPS ligados ao vice-prefeito Nonato Bandeira, o governador optou por um plano B. Que consiste na filiação do deputado Wilson Filho ao MD. Na condição de deputado federal, ele poderá assumir o partido e apoiar RC em 2014.

“Hoje a situação da saúde no Estado, e especialmente em cidades como Patos, é calamitosa. Dentre vários outros problemas, há a falta de profissionais médicos e as pessoas estão simplesmente falecendo por falta de atendimento.” A observação foi feita pelo ex-prefeito Veneziano, lamentando que o Governo RC esteja desmontando o serviço público no Estado.

Segundo o ex-prefeito, “é possível constatar o desmantelamento da rede pública de saúde, com a privatização, ou seja, a entrega de vários hospitais a setores privados, cujos péssimos efeitos a população mais carente é quem mais sente”. Veneziano se refere ao Hospital de Trauma e à Maternidade Peregrino Filho, de Patos. Um entregue à Cruz Vermelha, e outro, à empresa Fibra.

A especulação está nas ruas de São Paulo. Pelo que se murmura na Paulicéia, o ex-presidente Lula pode surpreender como candidato a governador em 2014, fazendo dobradinha com a presidente Dilma. Com uma candidatura assim peso-pesado, o PT tenta assumir o comando do Estado que, há mais de uma década, vem sendo comandado pelo PSDB.

Lula teria, conforme se especula, envergadura para tentar evitar a reeleição do governador Geraldo Alkmin e quebrar a hegemonia tucana. E, obviamente, daria à candidatura de Dilma um empuxo a mais, no Estado onde tradicionalmente o PT não é tão forte. A operação está sendo vista como uma reação à ofensiva do governador Eduardo Campos.