Cássio e Santiago

O senador Cássio Cunha Lima se encontrou, há alguns dias, com o ex Wilson Santiago. A conversa foi de formalidades, mas Cássio deixou escapar que não tinha mágoas de Santiago, pelo fato dele ter tirado “um ano” de seu mandato.

Santiago e Cássio

Porém, também deixou escapar que ficou magoado mesmo, quando, após ele ter tomado posse no Senado, Wilson insistiu na Justiça, para tomar “o mandato de volta”. No mais, admitiu que não tem restrições por sua adesão ao barco do governador…

Surpreendente a revelação feita ao Blog por Tânia Bezerra, presidente do Sindicato dos Servidores do Ipep (Sinsipep). Segundo Tânia, 18 servidores do IASS (antigo Ipep) não suportaram as perdas e faleceram, depois que o Governo do Estado reduziu seus vencimentos, “de forma ilegal por um ato arbitrário do senhor governador Ricardo Coutinho”.

Tania lembra que “os servidores tiveram considerável perda salarial, instalando-se um verdadeiro caos em seus orçamentos domésticos, pois os salários, que foram implantados nos contracheques, de forma legítima e regular, desde agosto de 2010, através de uma decisão judicial transitada em julgado, ajustaram seus orçamentos para esta nova realidade financeira.”

A Mesa Diretora da Assembleia decidiu seguir o exemplo do Congresso Nacional e deve protocolar, na próxima terça-feira (dia 5), um projeto de resolução, extinguindo o pagamento de 14º e 15º salários para deputados estaduais. O anúncio foi feito, na tarde desta quinta (dia 28), pelo deputado Ricardo Marcelo, presidente da Casa.

O parlamentar afirmou ter um entendimento similar ao da senadora licenciada e atual ministra, Gleise Hoffmann (Casa Civil), autora do projeto no âmbito do Congresso.

A democracia se constrói em etapas. Com certeza, faz parte do aperfeiçoamento do processo democrático a extinção de excrescências como pagamento de 14º e 15º salário a parlamentares. Eles que já percebem os melhores vencimentos do País. Por isso, derrubar este tipo de mordomia foi uma etapa importante e merece destaque nesta luta a iniciativa do deputado Ruy Carneiro.

O parlamentar foi o primeiro da Paraíba a abrir mão, voluntariamente, do benefício e, agora, está defendendo que a Assembleia da Paraíba também aprove a extinção do pagamento aos deputados estaduais.

Música de muito sucesso nos tempos da Jovem Guarda, A Praça de Ronnie Von, quem diria, tem sido cantada por lideranças da Paraíba, em Brasília. Pelos versos do refrão: “A mesma praça/ o mesmo banco/ as mesmas flores/ o mesmo jardim/ tudo é igual/ mas estou triste/ porque não tenho você perto de mim…”

Explica-se: uma foto oficializada, há poucos dias, pelo senador Cássio Cunha Lima, numa pose divertida ao lado do governador Ricardo Coutinho em Brasília guarda uma impressionante semelhança com outra, divulgada pelo senador Cícero, antes de Cássio viajar ao exterior, em 2010. Cícero era candidato a governador, com apoio de Cássio…

A essa altura do campeonato, o ex-senador Wilson Santiago deve estar avaliando sua disposição de deixar o PMDB. No curto espaço de uma semana, Santiago comemorou um homeopático convite do ex-presidente Lula para se filiar ao PT, mas teve de amargar alopáticas doses de rejeição ao seu ingresso em vários partidos.

Santiago encontrou resistências para uma filiação ao PDT, PTB, PT e até PSB do governador RC. O prefeito Luciano Cartaxo rechaçou sua candidatura ao Senado em 2014, e o senador Cássio Cunha Lima avisou que ele não pode furar a fila, numa eventual filiação ao PSB, para compor com o PSDB.

Muito interessante a análise feita pelo professor aposentado da UFPB, Jônatas Frazão, enviado ao Blog, sobre recentes declarações do ex-prefeito Veneziano e o senador Cássio Cunha Lima a respeito das pretensas adesões de prefeitos anunciadas festivamente pelo governador Ricardo Coutinho. Veneziano e Cássio, como se sabe, subestimaram as adesões.

Os dois falaram praticamente no mesmo diapasão, para afirmar que a adesão de prefeitos pode ser importante, mas não decide eleição. Cássio, inclusive, cita a eleição de Ronaldo Cunha Lima contra Wilson Braga, quando tinha apenas 17 prefeitos, contra todo o resto. O mesmo ocorreu com ele próprio em 2002. E é curioso como Veneziano e Cássio tenham o mesmo discurso nesse momento.

O senador Vital do Rego não chegou exatamente a surpreender, com sua eleição para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Senado. Ele já era especulado. Mas, não deixa de ser relevante observar que o senador paraibano tem ocupado espaços em seu primeiro mandato, que só um veterano costuma conquistar.

Vital já foi presidente da Comissão de Orçamento, a segunda mais importante do Congresso (perde apenas para a CCJ), presidente da CPI de Cachoeira e ocupou vários outros postos em comissões técnicas da Casa, em apenas dois anos de mandato. Agora, na CCJ, terá como vice-presidente o senador Aníbal Diniz, do PT do Acre.

O detalhe na eleição de Vital foi o voto declarado do senador Cássio Cunha Lima.

A ouvidora de polícia, Valdênia Lanfranchi, mexeu num vespeiro ao denunciar o enriquecimento ilícito de oficiais da PM da Paraíba. Tanto que sua vida está em perigo. Pelo menos no entendimento do deputado Luiz Couto. Ele denunciou na tribuna da Câmara ter conhecimento de um complô para “executar a ouvidora”.

Valdênia elaborou, no final do ano passado, um dossiê em que documenta várias irregularidades cometidas por alguns oficiais da PM. Dentre essas irregularidades, consta o enriquecimento ilícito e a compra de apartamentos milionários em João Pessoa. O documento foi enviado ao governador Ricardo Coutinho e ao Ministério Público.

Nos últimos dias, vazaram algumas fotos para a Imprensa, indicando os prédios onde, supostamente, os oficiais acusados por ela adquiriram os imóveis por preços que beiram aos R$ 3 milhões, o que tornou o clima muito pesado dentro da polícia.