Faltando os dentes e ele nem ai
Durante a inauguração do fórum eleitoral Mozart Bezerra, em Bananeiras, entre os presentes estava o prefeito Ademar Paulino, de Areia. Vez em quando, Ademar, mais conhecido como Pai Velho, abria o sorriso e exibia...
Durante a inauguração do fórum eleitoral Mozart Bezerra, em Bananeiras, entre os presentes estava o prefeito Ademar Paulino, de Areia. Vez em quando, Ademar, mais conhecido como Pai Velho, abria o sorriso e exibia...
Sem gasolina
Mais um capítulo na guerra do governador com a Assembleia. Na tarde de quinta (dia 20), quando os veículos oficiais da Casa foram abastecer, os motoristas receberam a informação que o Governo proibiu o abastecimento. Deu mais gás à guerra…
Sem problemas
Quando abordado pela Imprensa sobre a “desfeita” do governador cortando a gasolina, o presidente da Assembleia, deputado Ricardo Marcelo, apenas comentou: “É, ficamos sabendo. Mas, vamos passar por cima de tudo disso…”
Governo de despachos
De um deputado que era governista até a votação do novo Regimento da Assembleia, ao comentar o desprestígio dos parlamentares junto ao secretariado do Governo Ricardo Coutinho: “O governador não tem secretários. Ele tem despachantes!”
O deputado Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia, preferiu não polemizar com o governador Ricardo Coutinho, que acusou a Casa da prática de casuísmo na votação do novo Regimento, mas deixou escapar durante confraternização com a Imprensa: “As pessoas tem todo o direito de espernear. O importante é sabermos que estamos no caminho certo pelo bem da Paraíba.”
Adiante, acrescentou: “Eu não acredito nas pessoas que não conhecem e fazem críticas ao Regimento. Ora, o novo Regimento não mudou o anterior, apenas ratificou o que havia antes, tornou mais claro. E tudo está previsto na Constituição Estadual e Federal. Vamos para frente. A Paraíba está muito pobre, precisa crescer. As picuinhas nós deixamos pra lá.”
Os nove deputados do PEN se reuniram no início da noite desta quinta-feira (dia 20), sob a presidência de Ricardo Marcelo, e decidiram entregar todos os cargos que, eventualmente, ainda tenham no Estado, depois das demissões oficializadas pelo governador Ricardo Coutinho.
A decisão acirra a crise entre o governador e os deputados. O entrevero começou, ontem, quando os deputados do PEN fecharam questão em torno da votação do projeto de mudança do Regimento Interno da Assembleia. O governador ficou indignado com a iniciativa dos parlamentares.
O capítulo seguinte se deu, nesta quinta, quando o Diário Oficial do Estado trouxe um pacote de demissões…
O filho do governador Ricardo Coutinho, Rico Coutinho, incendiou ainda mais a polêmica com os deputados estaduais, ao afirmar, através do seu twitter, que a mudança no Regimento da Assembleia foi um golpe.
Ele deixa claro na mensagem que postou, logo após a votação na Assembleia: “30 deputados foram a favor do golpe promovido pela AL-PB. O povo, se quiser fazer valer a soberania que emana do seu voto, precisa saber.”
Ele também insinuou que os deputados queriam um trenzinho da alegria no Governo, por isso ficaram queixosos com as demissões: “A propósito, indicações existem. O que não existe é o trem da alegria infinito. Por isso (e outros) muitos se incomodam.”
Pediu pra demitir
Pela manhã, ao ler o Diário Oficial e saber da demissão de seus dois correligionários, o deputado Edmilson Soares ligou para Darling, a secretária do governador RC, e disse: “Querida, avisa ai, que falta demitir meu filho, Tanilson!”
Balanço das demissões
Edmilson perdeu dois correligionários, e, com certeza, mais o filho. Zé Aldemir, o mais revoltado com as exonerações, teve três aliados demitidos. Branco Mendes foi o mais atingido pela canetada de RC: foram dez demissões de uma vez.
Leia mais bastidores da votação…
Era um final de semana, e o vereador Chico Bocão, de Patos, estava no bairro do Belo Horizonte, numa comemoração com seus eleitores. Lá pelas tantas, um de seus correligionários disparou: “Mas, é muito...
O procurador da Assembleia, Abelardo Jurema Neto, nega casuísmo na mudança do Regimento da Casa, e pontua que as alterações estão previstas no que estabelece a Constituição. Logo após a aprovação do Regimento, o governador Ricardo Coutinho afirmou, revelando muita indignação, que era uma iniciativa casuística da Assembleia, com propósitos obscuros.
Uma das mudanças mais polêmicas diz respeito ao quórum para a votação das contas do governador. O texto anterior previa quórum qualificado de dois terços, ou 24 votos. Com a alteração, a votação se dará por maioria simples. “O processo se dará por votação secreta, e ocorrerá com a presença da maioria absoluta dos deputados, sendo necessária maioria dos votos”, pontua.
Este tipo de atitude deveria ser a regra, mas, como não costuma ser, quando ocorre chama atenção. Caso dos 36 deputados estaduais que decidiram destinar todas as suas emendas pessoais (R$ 3 milhões cada), no valor total de R$ 109 milhões, para obras de combate à seca.
Foi o caso também do senador Vital Filho, que anunciou uma emenda ao Orçamento da União para o Maior São João do Mundo de 2013, no valor de R$ 400 mil, mesmo sob a direção de um suposto adversário, o prefeito eleito Romero Rodrigues.
No capítulo dos deputados, ficou claro que a Caravana da Seca foi para eles um parâmetro importante, porque puderam constatar in loco a situação de aflição que atinge tantos paraibanos. A iniciativa foi louvável, até para mandar um recado ao Governo.
O governador Ricardo Coutinho chocou deputados aliados na Assembleia, ao afirmar, com evidente indignação, que a aprovação do novo Regimento da Casa, por 30 votos a seis, se trata de um “casuísmo”. E, mantendo o seu temperamento bélico, avisou: “Não tenho medo da Assembleia, ou de qualquer outro poder”. Dentre os 30 que votaram contra, há deputados que, em tese, são teoricamente de sua bancada.
Ricardo afirmou ainda que a decisão da Assembleia foi “esdrúxula, uma proposta casuística, sabe-se lá com que propósitos, aliás a população já tem uma ideia do que seja”. E reiterou: “Não tenho medo de quaisquer decisões da Assembleia, só exijo o mesmo respeito com que trato não só a Assembleia, como os demais poderes”.