É bem verdade que, há cerca um mês, o governador Ricardo Coutinho havia descartado o pagamento. Mas, se por alguma razão mudou de ideia (talvez pela repercussão negativa), é para se louvar a sua decisão de cumprir pelo menos uma de suas promessas de campanha, pagando o abono de 13º do Bolsa Família a mais de 500 mil cadastrados do programa na Paraíba.

É bem verdade também que o investimento é apenas um dízimo do que o Governo do Estado tem em caixa, e representa muito pouco do orçamento estadual, mas o fato de decidir pagar já é elogiável, partindo de quem está partindo. Conforme o anúncio oficial, o pagamento desse abono prometido na campanha vai importar em cerca de R$ 16,1 milhões.

Pelo menos uma vez em seu Governo, RC finalmente brinca de Papai Noel.

Quem imaginava que a nomeação do reitor Rangel Júnior encerraria o ciclo de dificuldades por que tem passado a Universidade Estadual da Paraíba, se engana. Agora, o maior problema é o pagamento do 13º de seus servidores. Como a Instituição não tem mais autonomia financeira, o pagamento depende de decisão do Governo do Estado.

Desde que foi nomeado, o novo reitor da UEPB vem tentando, sem muito sucesso, uma audiência com o governador Ricardo Coutinho, para tratar da liberação dos recursos necessários ao pagamento do décimo. O governador, inclusive, já avisou que não pretende transferir para a Universidade “um centavo a mais do que está previsto”.

A próxima quarta-feira (dia 19) pode ser de caos para a saúde pública no Estado. É quando vence o prazo dado pela Justiça para o Governo Ricardo Coutinho encerrar os contratos com as cooperativas médicas. O fato novo é que o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, negou liminar do Governo para estender o prazo.

Com isso, a partir de quarta, todos os médicos que atendem pelo regime de cooperativa em unidades hospitalares do Estado estarão legalmente impedidos. O procurador Eduardo Varandas (do Trabalho) já advertiu: “O que acontecer com os pacientes que ficarem sem atendimento, a partir do dia 20, é de responsabilidade exclusiva do Estado.”

O ex-governador José Maranhão não admite substituir o prefeito Veneziano pelo deputado Gervásio Filho, na Secretaria-Geral do PMDB. Maranhão que será candidato a presidente, em chapa única, argumenta que Gervásio já vinha como secretário-geral e que é importante haver a renovação na direção do partido.

Gervásio integrou um grupo rebelde dentro do partido, ao lado do ex-senador Wilson Santiago. E quando Santiago compôs com Maranhão, na condição de candidato a vice-presidente, Gervasinho passou a defender sua permanência na Secretaria-Geral ou, sendo o caso, a presidência do diretório do partido em João Pessoa.

Funcionários da Assembleia ainda tentam identificar misterioso cinegrafista, que registrou, na última sexta-feira (dia 14), todo o depoimento do vice-prefeito eleito Nonato Bandeira, durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça. O cinegrafista utilizava um equipamento ultra portátil, semelhante a um celular.

Nonato foi depor na CCJ, atendendo convocação do presidente da comissão, deputado Janduhy Carneiro, para esclarecer declarações dadas à Imprensa, em que acusou o Governo Ricardo Coutinho de ter aplicado verbas da Comunicação Social (mais de R$ 30 milhões), durante o período eleitoral, para tentar eleger sua candidata Estelizabel Bezerra.

Assessores de Nonato acreditam que o tal cinegrafista misterioso pode se tratar de um profissional “de arapongagem” contratado por setores do Governo.

Está claro que o prefeito eleito Luciano Cartaxo não deseja a permanência da secretária Roseana Meira (Saúde). Ficou evidente desde a formação de sua equipe de transição. Cartaxo até criou certo suspense quando anunciou a primeira fornada de seu time, mas ficou praticamente sacramentado quando formalizou a segunda leva de auxiliares.

O prefeito Luciano Agra, como sempre de língua solta, não tem se contido e já externou para a Imprensa o seu desejo íntimo pela permanência de Roseana. Ela própria não tem escondido sua frustração por não ter sido, até agora, confirmada. E a verdade é que, se não foi até agora, dificilmente será. A menos que fatos novos ocorram nas próximas horas.