Se as eleições fossem hoje, segundo os números da pesquisa Ipespe/Jornal da Paraíba, o candidato Romero Rodrigues estaria com 33 mil votos de maioria sobre a candidata Tatiana Medeiros. Conforme a pesquisa, Romero tem 50% da intenção de votos contra 36% de Tatiana, num cenário onde ainda há cerca de 14% de votos brancos, nulos e indecisos.

Porém, quando se avaliam apenas os votos válidos, descontando brancos e nulos, Romero alcança 58% dos votos contra 42%, conferidos a Tatiana. Subtraindo a abstenção, que girou em torno de 15% no primeiro turno, teríamos Romero com aproximadamente 119 mil votos, contra cerca de 86 mil da candidata do PMDB. A diferença, portanto, vai a 33 mil votos.

A última pesquisa Ipespe/Jornal da Paraíba, sobre a corrida eleitoral em João Pessoa, traz uma diferença de aproximadamente 100 mil votos do candidato Luciano Cartaxo (PT) sobre o tucano Cícero Lucena. Segundo a pesquisa, Luciano teria 52% da intenção de votos, seguido à distância por Cícero, com 27%, registrando ainda 11% de brancos e nulos, além de 10% de indecisos.

Mas, quando se computam apenas os votos válidos, Luciano vai a 65% contra 35% de Cícero. Considerando que a abstenção atingiu 15,17% no primeiro turno e esse percentual poderá se repetir no segundo, descontando ainda os brancos e nulos, a diferença entre eles, a preço de hoje, atinge cerca de 100 mil votos, em favor do petista. Detalhe: João Pessoa tem 480.237 votos.

O candidato Luciano Cartaxo não precisava desse adjutório. Parece mais obra de aloprado querendo impressionar. Mas, a verdade é que eu (e muita gente) julgava ultrapassadas certas práticas como essa de distribuir óculos em troca de votos. É, realmente, muita falta de visão, especialmente diante da situação especial que vive Cartaxo na disputa.

Tudo começou quando um paciente se dirigiu ao CAIS (Centro de Apoio Integral à Saúde) de Jaguaribe para receber os óculos através de um programa municipal e flagrou o que considera mensagem eleitoral, com o número 13 estampado no estojo dos óculos. Ele percebeu também que dezenas de óculos estavam com a mesma numeração, feita a lápis.

Policiais federais e fiscais da Justiça Eleitoral foram ao local, fotografaram o material e colheram depoimentos.

O PT segue com sua velha máxima aqui na Paraíba: o partido se junta, mas não se une. Um bom exemplo foi o que ocorreu com o deputado Luiz Couto, que passou todo o primeiro turno conspirando no confessionário contra o candidato Luciano Cartaxo e, de repente, decidiu expiar os pecados anunciando seu apoio vespertino.

Mas, seu comportamento indo e voltando não passou em branco. O deputado Anísio Maia, coordenador da campanha de Cartaxo, reagiu rápido estranhando sua decisão e passou-lhe um sermão numa badalada: “É bom que todos do partido se unam em torno da candidatura de Cartaxo, mas o padre (Luiz Couto) se comportou muito mal no primeiro turno.”

Enquanto a disputa pela Prefeitura de João Pessoa caminha em forno brando, o mesmo não ocorre na eleição da OAB. O presidente Odon Bezerra, por exemplo, que anunciara em sua primeira eleição não disputar reeleição, voltou atrás e vai. O advogado Marcos Souto Maior Filho, que até foi cotado pra ser candidato, se aliou ao candidato de oposição Caius Marcellus, mas… por pouco tempo. Rompeu.

São apenas alguns dos lances que têm marcado o embate entre os advogados. Em nota distribuída à Imprensa, Marcos Souto bateu duro, ao anunciar o rompimento: “Sou jovem advogado e aprendi: na advocacia não há lugar para covardes!”

Em meio às negociações de setores do PMDB com o candidato Luciano Cartaxo, ficou praticamente selado que a Secretaria de Saúde seria dada ao deputado Benjamim Maranhão, caso ele seja eleito. Pela operação, Benjamim se licenciaria da Câmara Federal oferecendo a vaga para Armando Abílio permanecer deputado federal, e assim assegurar o apoio do PTB no segundo turno a Cartaxo.

Mas, lideranças do PMDB ouvidas pelo Blog, apesar de admitir conversações nesse sentido, afirmam que os entendimentos caminham noutra direção. A Secretaria seria oferecida a Benjamim, na hipótese dele conseguir fechar o apoio integral do partido. O que efetivamente não ocorreu, depois que o ex-candidato Zé Maranhão emitiu nota liberando a militância.

É curioso. O ex-presidente Lula foi literalmente adulado pelo PT de João Pessoa, durante o primeiro turno, quando o candidato Luciano Cartaxo andava em dificuldades, amargando um longínquo terceiro lugar nas pesquisas. Lula prometeu, ameaçou vir. Mas, não veio. Seja por pressão do governador Eduardo Campos, ou não, o fato é que não veio.

De repente, eis o ex-presidente. Não acertou ainda a data, pode ser dia 23 ou dia 24, mas ele promete desembarcar em João Pessoa, mas não em Campina Grande. Vem a Jampa, onde o candidato Luciano Cartaxo está disparado na liderança do ranking, e nem precisa mais de sua presença. Mas, não vai a Campina pedir votos para Tatiana Medeiros.

Dois estudos divulgados nesta terça-feira (dia 16) revelaram um dado estarrecedor: a Grande João Pessoa está entre as dez regiões mais violentas do mundo. As estatísticas foram fornecidas, ironicamente, pela Secretaria de Segurança Pública do Estado e também pelo Conselho Cidadão Para a Segurança Pública e Justiça Penal, órgão sediado no México, que tem cinco cidades no ranking 10.

Segundo o Conselho Cidadão, a cidade mais violenta do mundo é San Pedro Sula, em Honduras, com uma taxa de 158,87 pessoas assassinadas a cada grupo de 100 mil. A Grande João Pessoa viria em nono lugar nesse ranking, ao apresentar uma taxa de aproximadamente 80 homicídios em cada 100 mil habitantes. Pelo menos é que se pode deduzir dos números da Secretaria de Segurança.

Vamos combinar: algumas adesões ao candidato Luciano Cartaxo nesta virada para o segundo turno eram absolutamente naturais. O deputado Luiz Couto, por exemplo. Como iria anunciar apoio ao tucano Cícero Lucena? É até possível que, na hora fatal, vote nulo, talvez ainda picado pela derrota imposta por Cartaxo, dentro do PT. Foi tarde demais, mas não poderia anunciar algo diferente.

A adesão de uma banda do PMDB também era esperada. Afinal, há afinidade natural entre PT e PMDB, desde algum tempo. Agora, não se pode perder de vista, as adesões oportunistas, em função do bom desempenho de Cartaxo no primeiro turno e os sinais das primeiras pesquisas de segundo turno.

Dois fatos marcantes na campanha de Campina Grande. Primeiro, o deputado Guilherme Almeida, ex-candidato do PSC, anunciar apoio ao tucano Romero Rodrigues, que virou pro segundo turno na liderança do ranking. Segundo, o presidente nacional do PT, Rubens Falcão, que deve formalizar, nesta quarta (dia 17) em João Pessoa, apoio a Tatiana Medeiros.

Tudo bem que o deputado Leonardo Gadelha, do PSC, anunciou apoio à candidata do PMDB. Mas, a verdade é que o candidato a prefeito pelo partido foi Guilherme. O apoio do presidente nacional do PT tem um efeito pedagógico. Inclusive. Afinal, durante todo primeiro turno o partido protagonizou uma ferrenha disputa interna.