Demissão de Harrison: há quem acredite em Papai Noel

Impressiona e chega ser suspeita a velocidade como o governador Ricardo Coutinho e seu vice Rômulo Gouveia se apressaram em vir a público, para afirmar que foi pessoal a decisão de Harrison Targino deixar a Secretaria de Educação para disputar as eleições da OAB. Há quem acredite em Papai Noel.

Mas, há quem acredite também que Harrison saiu por não ter concordado com a operação de compra de R$ 12 milhões em kits educativos, sem licitação, que estava sendo pressionado a realizar. Um saco de presentes talvez maior do que o saco de Papai Noel, se este for realmente o caso.

A participação do senador Cássio Cunha Lima se pesou, foi pouco, na queda de Harrison. Pode ter, digamos, apressado ou acrescentado um ingrediente a mais. No entanto, o que pesou realmente foi o desconforto causado por uma missão que lhe foi confiada e ele declinou com altivez.


Cássio sobe no palanque: “Cícero é o melhor para João Pessoa”

O senador Cássio Cunha Lima, finalmente, assumiu de vez a candidatura do tucano Cícero Lucena. Na noite desta quarta-feira (dia 19), o senador protagonizou uma verdadeira maratona de comícios ao lado de Cícero, percorrendo o Conjunto Colinas do Sul, Gramame e Cruz das Armas. Cássio não poupou elogios ao candidato: “Cícero é o melhor para João Pessoa.”

O senador já havia participado do guia eleitoral de Cícero, o que motivou censuras tanto da candidata do PSB, Estelizabel Bezerra, que afirmou ser “lamentável” seu engajamento da campanha, como especialmente do governador Ricardo Coutinho, que considerou um “equivoco”, uma vez que o PSB tem aliança estadual com o PSDB.

O detalhe é que, enquanto Cássio participava dos comícios de Cícero, Harrison Targino, um de seus mais fieis aliados, deixava a Secretaria de Educação.


O que derrubou Harrison, a compra dos kits ou Cássio subir no palanque de Cícero?

O que teria a ver a compra sem licitação de kits educativos pelo secretário Waldson de Sousa (Saúde), com a demissão do seu colega Harrison Targino, da Educação? Há muitas versões na praça. Será que Harrison deixou a pasta simplesmente para disputar a presidência da OAB ou foi por ter se recusado a fazer a compra dos kits?

Pelo que circula nos bastidores, há poucos dias, as secretárias Aracilba Rocha (Finanças) e Livânia Farias (Administração) teriam procurado Harrison para viabilizar a operação de compra dos kits da Editora DCL. Uma operação no valor estimado de R$ 12 milhões. Harrison teria se recusado, alegando que poderia ser danosa ao Estado.

Outra coincidência importante foi a demissão de Harrison Targino ter ocorrido no mesmo dia em que o senador Cássio Cunha Lima decidiu, finalmente, subir no palanque do candidato tucano Cícero Lucena, em João Pessoa. Essa seria também apenas mera coincidência? Ou a demissão ocorreu pelo conjunto da obra?


Secretário compra R$ 3,5 milhões em kits educativos sem licitação

A Secretaria de Saúde do Estado acaba de contratar a Editora DCL (Difusão Cultural do Livro LTDA), para emissão de material gráfico por R$ 3,5 milhões, com dispensa de licitação. O produto seria, segundo o processo nº 250.412.587/2012, “aquisição de material educativo para campanha de combate a dengue”. A vultosa operação comandada pelo secretário Waldson de Sousa (Saúde) ocorreu no último dia 10 de setembro, em pleno período eleitoral.

O Blog teve acesso à Editora DCL e constatou que a empresa só dispõe de um material adequado para a campanha educativa contra a doença. É precisamente o kit escolar “Combate à Dengue”, que custa R$ 49,90. Se o Governo RC adquiriu, pelo menos até agora, R$ 3,5 milhões para a compra, significa que comprou cerca de 70 mil desses kits, que acompanham “maleta, cartelas adesivas, jogo de cartas de tabuleiro, ficha de visita e bandeira de identificação”.


Cartaxo atrai militantes do PCB de Estelizabel e impõe novo revés no seu guia eleitoral

Desde o início da campanha em João Pessoa tem sido evidente a disputa entre os candidatos Estelizabel Bezerra e Luciano Cartaxo. Muito mais pela animosidade reinante entre seus padrinhos, o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo.

Uma disputa que tem dado a Cartaxo algumas vantagens. A última delas na Justiça Eleitoral, com a punição de Estelizabel, por ter infringido as regras do horário gratuito do TRE. Ela foi penalizada por usar espaço do guia dos candidatos a vereador para fazer campanha majoritária.

Ainda pela manhã, militantes do PCB anunciaram rompimento com a candidata, para aderir ao petista.


Ex-diretor da Controladoria denuncia contratações ilegais na Prefeitura e déficit de R$ 49,1 milhões

Não dá pra fechar os olhos diante da auditoria apresentada pelo ex-diretor do Controle da Controladoria Geral de João Pessoa, Emanoel Weber Polari de Figueiredo. Primeiro, porque tem fé de ofício para falar sobre o crescimento escandaloso da folha de pessoal. Depois, porque pautado em dados da Prefeitura e do Tribunal de Contas.

E impressiona que o prefeito Luciano Agra tenha promovido a contração de quase 700 servidores, sem concurso público, em pleno período eleitoral, algo vedado pela legislação. Mais que isto, que a folha de pessoal tenha saltado, segundo o Sagres, de R$ 27.158.572,88 (mais de R$ 27 milhões), em janeiro, para R$ 46.006.628,44 (mais de R$ 46 milhões), agora em junho.

E ainda mais: que essas operações promoveram um déficit de R$ 49,1 milhões nas contas da Prefeitura.


O salto que a Paraíba deu para traz na Educação no Governo Ricardo Coutinho

A denúncia só envergonha aos paraibanos. Quando o deputado Manuel Júnior registrou, da tribuna da Câmara Federal, que a Paraíba despencou para quinto no ranking nordestino da Educação, com média de 2,9 no Ideb, um dos piores índices do País, foi de causar realmente vergonha. A Paraíba sempre manchete negativa.

E talvez o deputado tenha razão quando afirma: “Sabemos, no entanto, que a situação não poderia ser diferente, dado o descaso com que o Governo do Estado vem tratando a educação pública e os servidores da área. Por meio de medida provisória, o Governador está rasgando o Plano de Cargos aprovado em 2003, e estabelecendo parâmetros e valores inaceitáveis para os salários dos professores.”

E não se pode esquecer o fechamento de mais de 200 escolas em todo o Estado.


RC escala PSB para rebater Cássio, Romero e Tatiana no Caso CPTran

Coube ao presidente municipal do PSB, Fábio Maia, rebater as críticas disparadas pela candidata Tatiana Medeiros, o tucano Romero Rodrigues e o senador Cássio Cunha Lima contra o que consideram abusos praticados por guardas da CPTran (Companhia de Trânsito), durante a realização de carreatas em Campina Grande. Segundo Maia, “a CPTran está apenas cumprindo a legislação, para evitar abusos no trânsito, pois a legislação não muda apenas por ser período eleitoral”.

No último final de semana, durante a realização de uma carreata de Tatiana Medeiros e diante vários problemas envolvendo militantes e guardas da CPTran.


Contador de ONG denuncia prática de propina na Prefeitura

Mais uma denúncia ronda a administração do prefeito Luciano Agra. A mais recente partiu do contador Gilberto Rossi, tesoureiro da ONG Ibrades (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento). Segundo Rossi, há um esquema de pagamento de propina na Prefeitura para liberação de recursos do Ministério do Trabalho, através do programa Juventude Cidadã.

É o terceiro escândalo em pouco menos de um mês. O primeiro foi a isenção tributária protagonizada pelo prefeito Agra para beneficiar a Faculdade Maurício de Nassau. Que, inclusive, mereceu uma censura do governador Ricardo Coutinho. O outro foi mais uma compra superfaturada de alho, ao preço de R$ 15, quando custa R$ 4 nos supermercados.

O secretário Raimundo Nunes nega.


Justiça atende PT e proíbe candidata do PP de usar imagem de Lula no seu guia

Mais um revés da candidata Daniella Ribeiro em sua pendenga com o PT. O juiz Ruy Jander Teixeira (17ª Zona Eleitoral), coordenador da Propaganda Eleitoral em Campina Grande, concedeu liminar determinando a imediata retirada do ar da imagem do ex-presidente Lula do guia eleitoral da candidata.

Em sua decisão, Jander identificou descumprimento de determinação anterior da Justiça Eleitoral, proibindo Daniella de exibir, em sua propaganda de rua, na Internet, no rádio, na TV ou em qualquer outro meio referências ao PT e a seus filiados. O que inclui a participação de Lula em seu guia.

O magistrado também lamentou o descumprimento da decisão, citando termos como “enganoso”, “afrontoso” e “falta de respeito às decisões da Justiça”.