E então, não mais do que de repente, o governador Ricardo Coutinho começou a anunciar um pacote de bondades, após uma longa temporada de maldades, desde que havia assumido o Palácio da Redenção. Há dois dias, foi a ressurreição do Bolsa Atleta, programa que, em pleno ano das Olimpíadas de Londres, tinha mandado para o limbo.

Mas, como classificar senão de pervesidade o que cometeu com os 30 mil servidores demitidos no início do seu Governo? E o que promove contra os servidores do antigo Ipep? E contra os médicos? E a lição que aprontou contra os professores detonando seu plano de cargos? E o pessoal das policiais Civil? E a cruel retaliação ao pessoal do Fisco?

Resumo da ópera: quando se trata de dourar a pílula para tentar conquistar eleitores, anuncia bondades, que nem cabem bem no perfil da pessoa que tanto mal já fez. Mas, quando se trata de dar vazão ao seu temperamento perverso, age como tem agido com os servidores…

Ao que tudo indica vai prosseguir a via crucis da deputada Daniella Ribeiro na sua relação com o PT. Depois que a coligação foi anunciada, várias decisões da Justiça mantiveram a candidatura de Alexandre Almeida, minando a aliança. Agora, o candidato petista que tirar o ex-presidente Lula do guia dela.

Alexandre Almeida anunciou, na manhã desta terça (dia 18) ação na Justiça Eleitoral, para impedir a participação do ex-presidente no guia da candidata do PT.

Um dos diferenciais no guia eleitoral, dos últimos dias, tem sido a exposição que o programa do candidato Zé Maranhão (PMDB) tem feito do que, em tese, se apresenta como incoerência do petista Luciano Cartaxo (PT) que, até pouco tempo, fez denúncias pesadas contra o prefeito Luciano Agra de quem, hoje, é aliado.

A exposição, aparentemente, surtiu efeito, especialmente quando se relembrou os escândalos do Cuiá, da merenda escolar e até do Jampa Digital, de repercussão nacional. Tanto que o Cartaxo foi à Justiça para impedir sua exibição. Mas, a Justiça Eleitoral acaba de negar o pedido do petista, o que significa que a propaganda deverá prosseguir.

A mídia do Governo Ricardo Coutinho em relação ao Hospital de Trauma, sob administração da Cruz Vermelha, não passa de ficção. Pelo menos a julgar pelas declarações da secretária Roseana Meira (Saúde, João Pessoa). Segundo Roseana, “a Cruz Vermelha entrou como facilitadora para administrar o Hospital de Trauma, mas não é o que vem ocorrendo, inclusive barrando pacientes para dar a impressão de estar tudo uma tranquilidade”.

Roseana denunciou, durante uma solenidade de inauguração, em João Pessoa, que, além dos pacientes serem remetidos do Hospital de Trauma para o Trauminha, sobrecarregando o hospital, “tem final de semana que falta antibiótico, esparadrapo e até gaze.”

Curioso o que ocorre na eleição em Campina Grande. No final de semana, o senador Vital Filho denunciou abusos cometidos por guardas da CPTran (Companhia Estadual de Polícia de Trânsito) que cometeram diversos abusos durante carreata promovida pela candidata Tatiana Medeiros, e cobrou do governador Ricardo Coutinho isenção na disputa. Pois, nem bem a poeira assentou, o candidato Romero Rodrigues se solidarizou com Tatiana e também denunciou a CPTran.

Eis o que disse o candidato tucano: “Sabedor de constrangimentos sofridos pela candidata do PMDB à Prefeitura de Campina Grande, por ocasião de eventos de campanha na sexta-feira e no sábado passados, venho de público hipotecar minha mais sincera solidariedade à doutora Tatiana Medeiros.”

A secretária Roseana Meira abriu, na manhã desta segunda-feira (dia 17), as baterias contra o governador Ricardo Coutinho, especialmente em relação ao processo de perseguição ao vereador Bira: “Todo mundo sabe, não novidade pra ninguem. Quem manda o PSB perseguir o vereador Bira, para tentar impedir a sua reeleição, é o governador Ricardo Coutinho. Nada acontece no partido, sem as bênçãos dele. Ele acompanha e controla tudo de de perto.”

Adiante, Roseana acrescenta, demonstrando intensa indignação: “Trata-se de mis um ato irresponsável do governador, para tentar impedir a todo custo a reeleição de Bira. Mas, a população está percebendo tudo, e vai dar o troco nas urnas.”

O deputado Romero Rodrigues, que lidera com folga a disputa pela Prefeitura de Campina Grande segundo o Ibope, tem razão em não querer (se é que não quer) o governador Ricardo Coutinho em seu palanque. A última pesquisa Ibope/Jornal da Paraíba mostra que a rejeição ao governador, que já era grande, só aumentou na cidade.

Segundo os números, a desaprovação (entre ruim e péssima) do governador subiu de 35% (na pesquisa anterior) para 36% agora. A avaliação regular, que tende mais para o lado da desaprovação nesse caso, foi a 33%.

No reinado de Luiz XVI, na França, sua esposa Maria Antonieta se notabilizava pela notória influência sobre o rei e pelas perucas extravagantes, num tempo em que sobrou circo e faltou pão ao povo.

Na Paraíba de hoje, quem ganha notoriedade nacional pelas mãos da primeira-dama Pâmela Bório são as suas peças íntimas, num tempo em que sobram lagostas e camarões na granja governamental.

É o que traz a revista Época, em matéria assinada pelo jornalista Felipe Patury: “Os paraibanos invejam seu governador, Ricardo Coutinho, desde que ele se casou há três anos com Pâmela Bório, candidata a Miss Bahia 2008…”

Advogados do deputado Luciano Cartaxo devem iniciar a semana representando contra a ex-secretária Estelizabel Bezerra. É que, durante debate realizado no último sábado, a candidata do PSB acusou Cartaxo de receber doações de envolvidos no esquema do Mensalão, que estão julgados (e alguns já condenados ) pelo Supremo Tribunal Federal.

Desde o início da campanha, há um evidente clima de animosidade entre os candidatos Luciano Cartaxo e Estelizabel, muito mais em função do acirramento entre seus padrinhos, o prefeito Luciano Agra e o governador Ricardo Coutinho.

Desde que o deputado Roberto Jeferson denunciou a existência do Mensalão, que o escândalo não para de produzir assombrações para o ex-presidente Lula. Não bastasse o ruidoso julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, Marcos Valério, um dos operadores do esquema, revela para a revista Veja que “só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé (Dirceu) não falamos”.

A entrevista é uma bomba e expõe, entre tantas outras revelações, que o Mensalão não foi apenas de R$ 55 milhões, como especulado, mas de R$ 350 milhões. Valério confessa até que o ex-presidente nacional do Sebrae, Paulo Okamotto, foi literalmente escalado pelo PT para evitar que ele e outros abrissem a boca. Seguem alguns trechos da reportagem: