Pais de Bruno Ernesto esperam federalização nas investigações do crime: “Nós apenas queremos Justiça”
O Caso Jampa Digital resultou, há poucos dias, numa decisão do Ministério da Ciência e Tecnologia que passou a cobrar R$ 3,3 milhões da Prefeitura de João Pessoa, após constatar irregularidades na aplicação do programa com base em relatório da Polícia Federal. E também reacendeu a polêmica em torno do assassinato do jovem Bruno Ernesto Morais.
Como se sabe, ano passado, durante postagens em redes sociais, a ex-primeira-dama, Pâmela Bório, chegou a fazer uma associação entre o Jampa Digital e o crime de Bruno. Agora, diante dessa decisão do MCT, os pais de Bruno, Inês e Ricardo voltaram a cobrar das autoridades uma investigação mais aprofundada sobre o seu homicídio. “Nós apenas queremos Justiça”, diz Inês.
O caso, como se sabe, está sob observação pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ante um pedido de federalização quanto às investigações do assassinato, protocolado pela ex-c0nselheira da OAB, advogada Laura Berquó. Janot solicitou informações do crime ao Ministério Público do Estado da Paraíba, para sedimentar seu parecer sobre o pedido de por ou não a Polícia Federal no caso.
Segundo os pais de Bruno, há muitos esclarecimentos a serem feitos. Há suspeita de que o assassinato não foi apenas latrocínio, como se apurou nos primeiros momentos, mas pode ter ocorrido uma execução. Eles se fundamentam em entrevista concedida por um dos criminosos, que admitiu a possibilidade de ter sido uma execução, e não apenas latrocínio.
E há o mistério sobre a propriedade da arma usada para matar Bruno. A arma não pertencia aos bandidos que foram presos e condenados e, até o momento, a Policia ainda não divulgou a quem pertencia.
Pendente – O Caso Jampa, como se sabe, está em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, após o indiciamento de 23 pessoas. Também tramita no Tribunal de Contas do Estado o processo sobre as denúncias de graves irregularidades na licitação do programa, e consta em aberto, inclusive, um inquérito para apurar o sumiço de um documento dos Correios no processo.
Teve um relatório da Controladoria Geral de João Pessoa, em que se constatou que o Jampa Digital foi um programa criado para “fraudar o erário”. E, agora, tem essa decisão recente do Ministério da Ciência e Tecnologia. Tudo mostra como o assunto não está encerrado.