Parece mentira: PT cobra coerência de Dilma por suprimir conquistas do trabalhador
O surrealismo está de volta à política brasileira. Há dois dias, Diretório Nacional do PT decidiu emitir uma resolução, durante reunião em Belo Horizonte (nas comemorações de aniversário do partido), cobrando coerência da, olha só, presidente Dilma, entre o discurso que ela adotou durante a campanha eleitoral de 2014 e a prática administrativa nos primeiros dias de seu segundo governo.
No documento, os petistas propõem “ao Governo que dê continuidade ao debate com o movimento sindical e popular, no sentido de impedir que medidas necessárias de ajuste incidam sobre direitos conquistados – tal como a presidenta Dilma assegurou na campanha e em seu mais recente pronunciamento”.
A resolução expõe publicamente o mal-estar provocado pelas medidas anunciadas por Dilma, em diversos setores do partido, principalmente entre os segmentos sindical e parlamentar que já trabalham no Congresso para alterar ou, no mínimo, flexibilizar algumas das medidas mais duras como as restrições do acesso a direitos como seguro-desemprego, abono salarial e auxílio-doença.
O documento sugere que o partido recoloque na pauta do Congresso a criação de um imposto sobre grandes fortunas e uma ampla reforma fiscal como alternativas “para reequilibrar as finanças públicas sem restringir direitos trabalhistas”. A manutenção destes direitos foi uma das principais promessas de campanha de Dilma.
Como amplamente divulgado, durante um ato em Campinas, na disputa eleitoral de 2014, a presidente chegou a afirmar que não prejudicaria os trabalhadores “nem que a vaca tussa”. A presidente ainda não se manifestou sobre a resolução do PT.