PATRIMÔNIO HISTÓRICO Deputado protesta contra privatização da Fortaleza de Santa Catarina: “É uma parte importante da memória da Paraíba”
O governo Bolsonaro anunciou, há poucos dias, a privatização de vários imóveis da União, dentre os quais a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, o Forte Nossa Senhora dos Remédios e o Forte Orange, em Pernambuco, e a Fazenda Pau D’Alho, localizada em São Paulo. Faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República.
Mas, na Assembleia, a iniciativa foi contestada pelo deputado Jeová Campos, para quem a privatização vai contra a preservação da Fortaleza de Santa Catarina “que é parte da memória do Brasil, especialmente do Nordeste e da Paraíba, os poderes públicos deveriam cumprir seu papel constitucional e se juntar à população na defesa de uma relíquia valiosa, em vez de entregar à iniciativa privada”.
O deputado, inclusive, protocolou requerimento sugerindo a realização de ações em defesa da não privatização do monumento: “O Forte é de fundamental importância para a história e a cultura do povo brasileiro e, de modo especial, para a sobrevivência dos paraibanos, profissionais do artesanato e do turismo, que trabalham diariamente naquele espaço e que com a privatização serão prejudicados”.
Desde 1991, a Fortaleza de Santa Catarina é administrada por grupos e instituições culturais da comunidade local, época em que assumiram a manutenção da edificação que se encontrava abandonada, desde então sendo mantida unicamente pela sociedade civil, sem contar com recursos financeiros de nenhuma esfera do Poder Público. De acordo com Jeová, a Fortaleza é uma das maiores, mais bem conservadas e visitadas do Brasil.
E arrematou: “A Fortaleza funciona como um centro cultural, como ponto de cultura, de uso intenso pela comunidade, com exposições, comercialização de artesanato, realização de eventos culturais, artísticos e turísticos diversos, cerimônias, além de abrigar as atividades de vários segmentos da cultura geral, gerando, renda, uso, ocupação e sua revitalização. Portanto, não há sentido em falar de privatização de um espaço já tão bem utilizado”.