PEC 37: a maior hipocrisia do mundo

Sempre tão intrépidos e alheios aos interesses da população, eles finalmente demonstraram que têm medo. Foi certamente o pino mais vergonhoso que já se bateu no Brasil e, com certeza, o maior retrato da hipocrisia da classe política brasileira. Afinal, uma semana antes dos protestos, a PEC 37 tinha maioria folgada para ser aprovada, mas…

… Bastou o povo ir às ruas, e a maioria murchou para uma mixuruca minoria de apenas nove “heroicos” deputados. De repente, parlamentares que, antes, defendiam com tanto ardor a PEC 37, passaram a pregar contra a sua aprovação. Uma demonstração circense, aliás, nem tão rara abaixo na linha do equador. Mas, certamente foi um espetáculo deprimente.

Um bando de hipócritas que passaram o tempo todo conspirando a favor de seus próprios interesses, com as mãos na lama. Então, de repente, foram surpreendidos pelo povo e mudaram tão rapidamente, nas últimas horas, que não resistiram ao espetáculo de hipocrisia que o mundo assistiu e, certamente, riu desse teatro mambembe tão grotesco.

A vantagem dessa covardia parlamentar foi o brasileiro descobrir que, apesar de serem hipócritas, eles têm medo. Temem pelos seus mandatos, claro. É um precedente para que a população aprofunde seus protestos. Vamos passar à PEC 33, vamos para as ruas cobrar mais recursos para a educação e a saúde. Eles estão com medo e vão aprovar.

Vamos às ruas cobrar investigação e punição aos responsáveis pelos escândalos que infestaram o Estado nos últimos anos. Escândalos que, certamente, promoveram o desvio do dinheiro público através dos ralos da corrupção. Aliás, agora que a PEC 37 tombou em praça pública, não estaria na hora do Ministério Público mostrar mais serviço na praça, não?

Os que votaram – Foi divulgada a relação dos deputados que votaram a favor da PEC 37, desaprovada pela maioria do Congresso. Eis: Abelardo Lupion (DEM-PR), Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG), Eliene Lima (PSD-MT), João Campos (PSDB-GO), João Lyra( PSD-AL), Lourival Mendes (PTdoB-MA), Mendonça Prado (DEM-SE), Sergio Guerra (PSDB-PE) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).