Pedido de impeachment, o dia seguinte para Dilma e o futuro do Brasil
O Brasil não acordou nem melhor, nem pior, depois que o deputado Eduardo Cunha decidiu acatar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma. Mas, acordou diferente. E em condições de pelo menos se mover, numa direção ou em outra, mas tirar o País da paralisia dos últimos tempos. Se vai haver cassação ou não, isso é um mero detalhe.
Claro que um processo de cassação provoca um trauma de grandes proporções. Mas, foi de um trauma assim foi que o País emergiu da era Collor de Mello para o Plano Real, e os anos de estabilidade e prosperidade que se seguiram até bem recentemente. E não houver a cassação, o País também terá avançado, porque terá havido um grande debate nacional sobre o que os brasileiros querem para o Brasil.
É um momento propício para a histeria. Os petistas falarão em golpe. Apesar de não terem considerado golpe o impeachment contra Collor, aquele mesmo Collor que apearam do poder sob acusação de corrupção e, hoje, abriga-se debaixo de seu guarda-chuva com os seus brinquedinhos de luxo, na forma de Lamborghinis, Porsches e Ferraris. Obtidos graças a licenciosidade do Governo petista.
A oposição vai querer antecipar a cassação. Mas, o processo de impeachment, que é previsto na Constituição precisamente para interromper um mandato que traiu a confiança do eleitor e especialmente trocou a verdade pela mentira como prática de Governo, não pode ocorrer de afogadilho. Há que se preservar o direito à ampla defesa, pois é assim que se constitui uma democracia.
Assim, tantos os petistas devem ter a maturidade de encarar o seu carma, após tantas e bilionárias traquinagens cometidas na forma de mensalões, petrolões e outros, como também a oposição não deve compreender o momento como a oportunidade de um butim num País já tantas vezes saqueado.