Em sua crônica, o advogado Raoni Vita traça uma radiografia da situação em que se encontram os jovens advogados no País. “Há um crescente desalento das pessoas que estão saindo das universidades com a advocacia. Isso se dá em maior parte por força do declínio da representatividade da categoria”, diz Raoni. Confira a íntegra de seu comentário…
Um fato que nos traz muita preocupação é a presente situação da advocacia, em especial dos que estão nos primeiros anos deste difícil sacerdócio.
Até pouco tempo atrás, a advocacia enchia os olhos da sociedade paraibana, que a via como pessoas de destacado saber e atuação, atraindo os sonhos de muitos; hoje, até mesmo agressões físicas – afora os maus tratos de atendimento – são perpetradas à luz do dia pelo simples exercício deste múnus.
Há um crescente desalento das pessoas que estão saindo das universidades com a advocacia. Isso se dá em maior parte por força do declínio da representatividade da categoria – já expus inúmeros exemplos disso.
Ademais, essa parcela naturalmente mais frágil, mas que tanto pode contribuir pela sua disposição, não tem recebido nenhum estímulo concreto ou proteção efetiva do nosso órgão de representação para empreender nesta nova Era digital, e esses colegas só percebem bem mais tarde do que deveriam que não há clientes na sua porta, nem pão na sua mesa, o que tem acarretado incontáveis abandonos da carreira, ou feito com que muitos – às vezes até com famílias constituídas – necessitem retornar ao lar dos pais por dificuldades financeiras.
E “pra não dizer que não falei das flores”, exorto: é possível revertermos esse quadro e ajudarmos os colegas a vencer na advocacia!
Digo mais: temos que revertê-lo! Sob pena de assistirmos passivamente ao completo ocaso deste sacerdócio milenar.
Esse é o motor que tem instado inúmeros pares a saírem de suas zonas de conforto e se doarem a este debate do mundo real, sendo esta uma reflexão inicial que será acompanhada de vários projetos de ações concretas em breve. Vamos juntos reconstruir esses sonhos!
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