PENSAMENTO PLURAL A consagração da bizarrice, por Rui Leitão
Estamos vivendo um tempo em que se exaltam heróis que não têm virtudes. O ridículo político alcançando um nível de esquisitice nunca visto em nossa história. Estranhamente a maldade e a má fé formatando agentes políticos que são endeusados por parte da população. A insanidade moral e ética caracterizando esses novos personagens da política brasileira.
A bizarrice ocupando cada vez mais espaço no cenário político nacional. Mesmo falando absurdos e desprezando a seriedade na produção dos seus discursos, conseguem conquistar adeptos aos seus estilos de atuação. A performance pública deles revela-se burlesca, cômica até, de tão disparatada que se apresenta.
A filósofa Márcia Tiburi, em seu livro Ridículo Político, retrata bem essas figuras que vêm se destacando na política nacional: “quem pratica a astúcia do ridículo não teme parecer, porque ganha algo com seu modo de aparecer. Ganha mais do que um palhaço profissional, certamente. (…) O ridículo não é da ordem da verdade do aparecer, tampouco da oposição entre ser e aparecer. Ele não é a verdade ou a mentira do aparecer, mas o aparecer da mentira que se faz verdade. E da verdade que se faz mentira”. Excelente definição.
E estão fazendo escola. Basta ver o resultado das últimas eleições. Muitos dos eleitos têm esse perfil. Eles se alimentam das próprias quixotadas. E recebem aplausos por isso. Protagonizam shows de tolices. Porém, bem ao gosto dos seus seguidores. Adoram gerar polêmicas emitindo opiniões sobre temas extremamente desajustadas com a realidade, no claro objetivo de desviar a atenção das questões serias que não têm condições de debater.
E assim caminhamos aceleradamente para o abismo.
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