Em seu comentário, o professor Emir Candeia trata do atual contencioso entre os Estados Unidos e o Brasil, por conta do tarifaço imposto pelo presidente Trump. E pontua: “O presidente Lula escolheu um inimigo externo para alimentar sua retórica política interna: os Estados Unidos, especialmente quando governados por Donald Trump. Suas declarações, carregadas de sarcasmo, “Falso nacionalismo” não são apenas bravatas de palanque.” Confira íntegra…
Em vez de uma política de Estado, o País segue uma cruzada pessoal que afasta aliados, isola o Brasil e prejudica seu povo. O presidente Lula escolheu um inimigo externo para alimentar sua retórica política interna: os Estados Unidos, especialmente quando governados por Donald Trump. Suas declarações, carregadas de sarcasmo, “Falso nacionalismo” não são apenas bravatas de palanque. Elas revelam um perigoso reposicionamento ideológico do Brasil no cenário global — e o povo brasileiro pode pagar caro por isso.
Veja algumas de suas declarações: “A guerra tarifária vai começar quando eu der uma resposta a Trump, se ele não mudar de opinião.” “Brasil acima de tudo, inclusive dos EUA.” “Trump não governa o mundo.” “Se o americano estiver trucando, ele vai tomar um seis.” “Trump tem que me ligar, não o contrário.” “Trump representa o nazismo e o fascismo com outra cara.” “Eu sou bom de truco.”
Além disso, Lula já acusou Trump de mentir sobre tarifas, ameaçou retaliações, defendeu o fim do dólar como moeda global e chegou a se alinhar verbalmente com o Irã após um ataque americano. Essas frases não são desconexas. Formam um discurso coerente dentro de uma estratégia ideológica. Lula não age como chefe de Estado — age como líder de uma causa. O problema é que essa causa está sendo conduzida em detrimento da diplomacia, da economia e do interesse nacional.
Ideologia acima do comércio: a hostilidade gratuita contra os EUA, somada ao ataque frequente ao dólar e à simpatia por regimes como Irã, Rússia, China, Cuba, Coreia do Norte e até o Hamas, posiciona o Brasil em rota de colisão com o mundo ocidental. Tudo isso para sustentar uma narrativa ideológica, mesmo que custe o acesso a mercados, investimentos e confiança internacional. Como bem se observa, alguns pontos nas pesquisas de popularidade valem hoje mais, para Lula, do que a saúde das empresas exportadoras brasileiras.
Sem política de Estado: o mais grave é que o Brasil deixou de ter uma política de Estado. O país está à deriva, refém de uma agenda pessoal e partidária. O que deveria ser um projeto nacional — sólido, contínuo e apartidário — virou trincheira de um grupo que, sob o disfarce de governar, apenas luta para se manter no poder. A frase que resume bem o cenário atual é: “O Estado foi sequestrado com um único interesse é o poder.”
Diplomacia de palanque: ao atacar as “big techs” como armas contra Trump, Lula ignora a complexidade do tema e o transforma em pretexto para confronto. Ao dizer que “ninguém determinou” que o dólar deve ser moeda global, revela ignorância ou má-fé sobre décadas de confiança construída na moeda americana. Ao declarar apoio ao Irã contra os EUA, rompe com tradições diplomáticas do Brasil e compromete nossa neutralidade.
Consequências reais: essas atitudes isolam o Brasil num momento em que deveríamos estar atraindo investimentos, ampliando acordos comerciais e reafirmando nossa posição como potência emergente. Mas, em vez disso, nos tornamos satélites de ditaduras, enquanto nossos principais parceiros comerciais são atacados com palavras agressivas e ideologia vazia.
Conclusão: um País precisa ter fundamentos sólidos no que diz respeito à sua política externa. Esses fundamentos devem estar ancorados na Constituição, no orçamento e na defesa clara dos interesses do povo.
Mas hoje, o Brasil é governado por um projeto de poder, não por um projeto de País.
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