PENSAMENTO PLURAL A Justiça e o caso Pâmela, por Laura Berquó
A advogada faz, em seu texto “A Justiça e o caso Pâmela”, uma observação que merece reflexão. Laura lembra que, se Pâmela tivesse agido com a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro (esposa de Sérgio Cabral), “estaria hoje com tornozeleira em casa cuidando dos filhos”. E pontua como o crime de Pâmela foi ter denunciado a existência de caixas de dinheiro na Granja Santana, onde, aliás, foi espancada pela ex-cunhada.
Confira a íntegra do texto:
Se Pâmela tivesse feito como a ex-primeira-dama do Estado do Rio, acusada de diversos crimes como Sérgio Cabral, estaria hoje com tornozeleira em casa cuidando dos filhos. Mas como ela, na verdade, não cometeu crime algum, mas apenas sofreu retaliações por dizer que o ex-governador deve explicações sobre o assassinato de Bruno Ernesto e viu caixas de dinheiro na Granja, quem deve ficar com o filho é o pai com tornozeleira.
O que realmente compensa no Brasil? Não é falso moralismo da Justiça retirar o filho de uma mãe porque ela falou demais pra não morrer? Inclusive sobre o próprio sequestro e espancamento no dia 07.09.2015 dentro da Granja Santana? É um absurdo. Mulher tem que gritar mesmo.
Não é engraçado uma mulher ser apontada pela mídia chapa branca como sequestradora do próprio filho quando na verdade foi ela a sequestrada em 07.09.2015 a mando do ex-marido e ex-cunhada e foi espancada dentro da Granja Santana na frente do menor? As feministas na Paraíba nunca se pronunciaram porque uma mulher com o perfil de Pâmela não está dentro do que o feminismo hegemônico do momento prega como vítima. Preferiram se calar.