Em seu comentário, o professor Emir Candeia volta a refletir sobre a liberdade de expressão no Brasil, questionando se o País vive ou não a realizada de um País livre. “Queremos um Brasil onde: o cidadão escolhe o que pensa, o que consome, o que publica. O Estado serve ao povo e não o contrário. A liberdade não seja privilégio de grupos protegidos, mas direito universal”, pontua. Confira íntegra…
O Estado livre, baseado na confiança no cidadão, na descentralização do poder e no uso da tecnologia como ferramenta de emancipação e progresso. Do outro, o Estado autoritário, que se apoia em estruturas de vigilância, controle de discurso, manipulação da verdade e centralização extrema das decisões, muitas vezes disfarçado de “justiça social” ou “combate ao ódio”.
O Brasil, infelizmente, tem se aproximado mais do segundo modelo. A escalada de decisões judiciais sem amplo debate, a censura de vozes dissonantes, o uso de agências do Estado para perseguir adversários políticos e o controle narrativo exercido em nome da “democracia” são sintomas claros de um autoritarismo sutil, porém crescente.
Um Estado moderno não pode impor, controlar ou vigiar. Esta em , limitar o poder central, em estimular a inovação distribuída, e principalmente em confiar na capacidade dos indivíduos de tomar decisões por si mesmos, desde que haja liberdade, informação e responsabilidade.
Um Estado livre é aquele que respeita os pilares fundamentais da liberdade individual: liberdade de expressão como motor da verdade, mercados livres como ferramenta para gerar riqueza e reduzir desigualdades por mérito e criatividade, propriedade privada como base da autonomia, tecnologia e informação acessível como meios para nivelar o jogo entre ricos e pobres, poderosos e comuns, além de tnstituições responsáveis e transparentes, que prestam contas à população e não a uma casta política ou ideológica.
Nesse modelo, o cidadão é tratado como adulto, com capacidade de discernimento. A inovação brota da base: startups, universidades, coletivos, produtores culturais, pequenos empreendedores. O papel do Estado é garantir as regras do jogo — e não jogá-lo.
É um Estado autoritário é aquele que, com o pretexto de proteger a democracia, esmaga seus próprios fundamentos. Controla narrativas, decide o que é verdade ou mentira. Vigia os cidadãos com tecnologias cada vez mais invasivas. Usa o poder judiciário como ferramenta política. Interfere nos mercados, desincentiva o empreendedor e favorece castas estatais. Centraliza decisões, desconfia da sociedade civil e sufoca o contraditório.
Nesse modelo, o cidadão vira suspeito por pensar diferente. A economia empobrece pela falta de confiança e liberdade. A criatividade é inibida, a inovação se retrai, e o medo toma o lugar do progresso.
Tecnologia: ferramenta de liberdade ou de opressão? A tecnologia é neutra. Pode ser usada para conectar pessoas, disseminar conhecimento, automatizar tarefas e libertar o potencial humano. Mas nas mãos erradas, torna-se uma arma de dominação.
Plataformas que poderiam servir à livre expressão viram ambientes de censura seletiva. Sistemas de dados que poderiam melhorar serviços públicos viram mecanismos de controle social. E tudo isso se faz em nome de boas intenções: segurança, combate à desinformação, justiça social.
Mas a história é clara: onde o poder se concentra, a liberdade desaparece.
Qual modelo queremos para o Brasil? Queremos um Brasil onde: o cidadão escolhe o que pensa, o que consome, o que publica. O Estado serve ao povo e não o contrário. A liberdade não seja privilégio de grupos protegidos, mas direito universal. O crescimento venha da confiança no indivíduo, não da coerção estatal.
A saúde de um Estado não se mede pelo tamanho de sua máquina pública, mas pela liberdade com que seus cidadãos vivem, empreendem, criam e discordam.
Portanto, é hora de defender sem medo o modelo do Estado livre. É ele que promove a dignidade humana, que gera prosperidade real e que, no fim das contas, sustenta a própria democracia. A liberdade não é um detalhe: é o alicerce de tudo o que vale a pena construir.
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