PENSAMENTO PLURAL Brasil, um país doente
Durante a Copa do Mundo, dois episódios mostraram a patologia política que atinge o País. De um lado, o cantor Gilberto Gil foi hostilizados por bolsonaristas, por suas suas posições em favor de Lula. De outro, militantes lulopetistas comemoraram quando Neymar (eleitor de Bolsonaro) se contundiu, durante jogo contra a Sérvia.
Nos dois casos, o retrato de um País doente. Uma nação marcada por uma acirrada e, às vezes, desvairada polarização entre lulopetistas e bolsonaristas. Uma polarização que dividiu famílias, estabeleceu inimizade entre amigos e exibiu um cenário preocupante de ódio recíproco, de consequências imprevisíveis.
Na noite desta segunda (12/12), após a diplomação do presidente eleito Lula, Brasília viveu uma guerrilha urbana. Militantes contrários à posse de Lula e, muito provavelmente, infiltrados black blocs tomaram as ruas do Distrito Federal. No final, o que mais assombrou o País foram os atos de vandalismos que precisam ser esclarecidos.
De permeio, a ação de um Judiciário ativista que, em vez de semear a paz, tem despertado mais ódios, com prisões, cerceamento de liberdades individuais e uma atuação claramente partidária. É notória a extrapolação dos limites constitucionais.
Um engajamento em que ministros chegam a participar de rodas de samba com o presidente diplomado, ressaltando suas preferências políticas, que levantam grandes suspeitas do quanto suas decisões poderão ter sido parciais, durante o processo eleitoral, e até após.
O Brasil precisa rever essa realidade. Se um grande pacto nacional não for celebrado, com um estabelecimento de uma pacificação mínima, os próximos meses poderão ser ainda mais incendiários. Especialmente se os principais atores não assumirem a responsabilidade de baixar a temperatura e agir dentro dos limites constitucionais.